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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Bico calado

  • Agora, é o próprio New York Times que põe em causa a versão ucraniana e admite a possibilidade de ter sido um míssil ucraniano a embater no mercado. Pontualmente, ao contrário do primeiro ano da guerra, a imprensa norte-americana, por vezes até bem mais do que a europeia, destapa as verdades incómodas de um conflito em que não há inocentes. Será o New York Times também putinista?” Bruno Carvalho.
  • Na Assembleia Geral da ONU, o presidente da Colômbia, Petro, lembrou ao mundo que “a América Latina foi invadida várias vezes pelas mesmas pessoas que agora falam em combater as invasões” na Ucrânia. Ele pergunta por que os EUA têm bilhões de dólares para travar a guerra, mas não para mais nada. Breakthrough News (video clip)
  • "Há duas semanas, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou a devolução das propinas aos estudantes que ficassem a trabalhar em Portugal. Neste ensaio, Luís Monteiro desconstrói este embuste, explicando o porquê desta medida continuar a excluir milhares de jovens do ensino superior. A medida não passa de marketing eleitoralista, argumenta. É que o PS sempre rejeitou acabar com as propinas e continua a fazê-lo com maioria absoluta. (...) No programa de comentário político O Outro Lado na RTP3, Paulo Pedroso disse: “não há nenhuma medida relativa às propinas. Não há fim de propinas nem devolução de propinas. O que há é uma coisa que o primeiro-ministro fez muito bem: um embrulho de marketing. A medida funciona como imposto negativo”Setenta e Quatro.
  • As vendas secretas de armas do Paquistão aos EUA ajudaram a facilitar um controverso resgate do Fundo Monetário Internacional no início deste ano, de acordo com duas fontes com conhecimento do acordo, com confirmação de documentos internos dos governos paquistanês e americano. As vendas de armas foram feitas com o propósito de abastecer os militares ucranianos – marcando o envolvimento do Paquistão num conflito no qual enfrentou a pressão dos EUA para tomar partido. Ryan Grim, Murtaza Hussain, The Intercept.
  • Enquanto os United Auto Workers mantinham os três grandes fabricantes de automóveis a adivinhar os planos de greve do sindicato, os fabricantes de automóveis fizeram um esforço falhado para evitar os efeitos da ação laboral sem precedentes. A Ford, a General Motors e a Stellantis paralisaram a produção e retiraram peças das fábricas em todo o país, causando danos financeiros a si próprios que poderiam ter sido evitados atendendo às exigências dos trabalhadores. Daniel Boguslaw, The Intercept.
  • Em 2021, Ariane Lavrilleux publicou uma investigação sobre uma operação militar francesa que ajudou o regime de al-Sisi a eliminar dezenas de civis. Esta semana foi detida pela polícia, que quer identificar as suas fontes. Esquerda.

  • "No dia seguinte, no período de perguntas ao Primeiro-Ministro, May manteve o mesmo guião. Reconheceu que se tratava de uma 'questão muito importante' que tinha causado uma 'grande preocupação e ansiedade'.  Mais uma vez, ela usou este conceito peculiarmente suave de ansiedade. Em dezenas de entrevistas com pessoas afectadas, não me lembro de ninguém ter dito que a sua principal reação ao ser classificado como imigrante ilegal era a ansiedade. Insistir na 'preocupação e ansiedade' era uma tentativa deliberada de minimizar uma situação que tinha visto cidadãos britânicos serem desnecessariamente retidos em centros de detenção e expulsos do país. Durante toda a semana, as vítimas apareceram nas notícias a explicar como se tinham sentido suicidas ou como tinham sido forçadas a cortar na comida; ela não pode ter tido conhecimento destes relatos, mas decidiu que a melhor resposta era: 'Quero pedir desculpa a todos os que se sentiram confusos ou ansiosos em resultado disto'. Isto parecia uma tentativa insultuosa de minimizar o que tinha acontecido". Amelia Gentleman, The Windrush betrayal – Guardian Faber 2019, p 206. Trad. OLima.

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