O incêndio em julho passado no aterro sanitário de Zielona Gora trouxe à tona a questão da gestão de resíduos da Polónia. Armazenamento e tratamento inadequados e cargas ilegais de lixo tornaram-se um grande problema no país, dizem observadores e ativistas ambientais. O incêndio também levantou a questão do lixo ilegal. Após o incidente, o Ministério do Clima polaco apresentou uma queixa à Comissão Europeia sobre 35.000 toneladas de remessas ilegais de lixo da Alemanha. Euronews.
Houve mais de
60 incêndios em aterros na Polónia em 2018, e o de Zgierz chamou a atenção dos
media e do governo. Os proprietários de aterros pagaram milhões por resíduos
plásticos de outros países, especialmente depois da China ter proibido a
importação de resíduos. Pega-se-lhe fogo e deixa-se as pessoas atribuir o
problema a “circunstâncias misteriosas".
De acordo com o The Telegraph UK, o proprietário do aterro de Zgierz, no centro da Polónia, aceitou pagamentos de 1,4 e 2,8 milhões de euros antes de tudo arder. Este caos surgiu também por causa das leis ineficazes que não impõem um custo mínimo para a reciclagem de resíduos plásticos. Os operadores legais podem licitar tudo o que quiserem, mas as autoridades locais acabarão por apertar a mão às propostas mais baixas (que é a máfia em ação).
Não é apenas o
Reino Unido, mas também a Alemanha, a Itália, a Áustria, os Países Baixos e até
a Suécia que exportam ilegalmente resíduos, tornando a Polónia o caixote de
lixo a céu aberto da Europa. Além da Polónia, dois outros países incineram
descuidadamente o lixo que as nações mais ricas eliminam: a Roménia e a
Bulgária. O assutador é que nestes dois países, menos de 10% dos resíduos
nacionais são reciclados e a maior parte é incinerada em fábricas de cimento
sem filtros. O ar venenoso destas fábricas acarreta um sério risco para a saúde
da população local.
O Ministro do
Ambiente da Bulgária descobriu inúmeros aterros ilegais em todo o país, todos
com resíduos importados ilegalmente, muitas vezes nunca foram reciclados, uma
vez que as empresas não cumpriram o seu lado do negócio.
Há anos que os
cidadãos do leste europeu manifestam preocupações sobre a forma como os estados
do noroeste da Europa fazem aprovar regulamentos ambientais rigorosos e, ao
mesmo tempo, exportam os seus resíduos para leste. Esta injustiça obrigou os
ministros búlgaros a abrandar este proceso através do encerramento de pontos
fronteiriços, o que viola as regras comunitárias.
Não esqueçamos
que o negócio da eliminação de resíduos na Roménia e a Bulgária é controlada
por figuras sinistras. Agora se percebe por que a China proibiu a impostação de
resíduos em 2020. Os coproprietários da empresa de lubrificantes Prista Oil da
Bulgária foram criticados por alegações de má gestão de resíduos e corrupção.
Depois de uma série de advogados e julgamentos caros, o processo judicial não
mostrou resultados frutíferos.
Por enquanto, estas máfias continuam a forjar documentos e a criar mais registos fraudulentos de resíduos, o que significa que mais lixeiras migram das áreas ricas para as pobres, desde que haja regulamentações frouxas. Youtube.
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