A falta de chuva obrigou o Canal do Panamá a reduzir o tráfego marítimo. A crise de abastecimento de água está a ameaçar o futuro desta importante rota marítima que liga os oceanos Atlântico e Pacífico.
Cerca de 6% de
toda a navegação marítima mundial passa pelo canal, principalmente dos EUA, da
China e do Japão. Pela quinta vez nesta época de seca, que vai de janeiro a maio,
a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) teve de limitar a passagem dos maiores
navios.
Alajuela e Gatun são os dois lagos artificiais que fornecem água ao Canal do Panamá. Para a passagem de cada navio, são necessários cerca de 200 milhões de litros de água que descem por uma série de eclusas escalonadas até ao mar. A água da chuva é a fonte destas reservas que alimentam as eclusas, que podem estar até 26 metros acima do nível do mar. A ACP afirma que, entre 21 de Março e 21 de Abril, o nível da água em Alhajuela desceu sete metros, ou seja, mais de 10%.
"Sem um
novo reservatório que traga novos volumes de água, esta situação vai tirar a
capacidade de crescimento do canal", disse o ex-administrador do Canal,
Jorge Quijano. "É vital encontrar novas fontes de água, especialmente face
às alterações climáticas a que estamos a assistir, não só no nosso país, mas em
todo o mundo”, acrescentou.
No entanto, a crise da água não está a afetar apenas o canal. A escassez de água tem levado a problemas de abastecimento em várias partes do Panamá e provocado uma série de protestos. Os especialistas alertam para o facto de poderem surgir conflitos de água entre o canal e as populações locais.
AFP/Euronews.
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