terça-feira, 11 de abril de 2023

"Piscinas dos ricos aceleram crise da água nas cidades"

As piscinas, jardins bem regados e carros lavados dos ricos estão a provocar crises de água nas cidades pelo menos tanto quanto a emergência climática ou o crescimento populacional. Os investigadores disseram que a grande diferença no uso da água entre cidadãos ricos e pobres tenha sido largamente ignorada na procura de soluções para a escassez de água, com o foco, em vez disso, nas tentativas de aumentar o abastecimento e preços mais elevados da água. Dizem que a única forma de proteger o abastecimento de água será através de uma redistribuição mais equitativa dos recursos hídricos.

A investigação utilizou a Cidade do Cabo na África do Sul como estudo de caso e descobriu que as pessoas mais ricas utilizavam 50 vezes mais água do que as mais pobres.  Hannah Cloke, da Universidade de Reading, Reino Unido, e co-autora deste estudo, afirma: "As alterações climáticas e o crescimento populacional significam que a água está a tornar-se um recurso mais precioso nas grandes cidades, mas demonstrámos que a desigualdade social é o maior problema para as pessoas mais pobres terem acesso à água para as suas necessidades diárias. O estudo, publicado na revista Nature Sustainability, utilizou dados para desenvolver um modelo de utilização da água da cidade que teve em conta os diferentes níveis de rendimento. Na Cidade do Cabo, o grupo mais rico - 14% da população da cidade - utilizou 51% da água consumida na cidade. Em contraste, o grupo mais pobre - 62% da população - utilizou apenas 27% da água. A maior parte da água utilizada pelo grupo mais rico foi para necessidades não-básicas.

Damian Carrington, The Guardian.

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