domingo, 26 de março de 2023

França: Reservatórios de água - razões da raiva

  • Para os seus opositores, os reservatórios têm todos os motivos para não serem construídas: desperdício de água, lógica produtivista ultrapassada, gigantismo absurdo, desperdício autoritário do dinheiro público. Milhares de pessoas concentraram-se na região de Deux-Sèvres para se oporem a esses reservatórios. Um enorme reservatório de 241.000 metros cúbicos de água em 5 hectares. O equivalente a cerca de 80 piscinas olímpicas. Forrado com plástico e enchido por bombagem do lençol freático, o reservatório Mauzé-sur-le-Mignon irá irrigar as explorações agrícolas de cerca de 15 agricultores. É o primeiro de 16 reservatórios agrícolas previstos para a bacia do Sèvre Niortaise. Segundo a Confederação dos Agricultores, o seu desenvolvimento vai provocar a especulação de preços, tornando cada vez mais difícil o acesso à terra. Por outro lado, as enormes superfícies de água paradas estarão sujeitas não só à eutrofização como à evaporação.  Milho, alfafa e misturas de forragens para alimentar vacas, cabras e outros ruminantes no Inverno. Estas são as culturas que vão ser irrigadas a partir destes reservatórios, diz a Coop de L'eau, a promotora do projeto. Os opositores denunciam uma monopolização do recurso em benefício de uma monocultura de milho, porque a Nova Aquitânia produz um terço do milho da França, e também de bioetanol, o que colide com uma política de segurança alimentar. Além disso, o Estado cobre 70% dos custos de um projeto que serve privados. Alguns agricultores acreditam que deveriam antes repensar práticas mais sóbrias, tais como a irrigação por gotejamento ou a seleção de culturas mais resistentes à seca. Laury-Anne Cholez, Reporterre.

  • Um enorme incêndio deflagrado por tropas britânicas em treinos numa zona de conservação da natureza no Quénia produziu 7% das emissões anuais de gases com efeito de estufa dos militares. Um acidente culinário provocado pelas tropas britânicas há dois anos incendiou hoje Lolldaiga Hills, uma estância de safari onde elefantes e leões vivem perto do Monte Quénia. A pluma de fumo era tão grande que as partículas de cinza chegaram ao Lago Vitória, na fronteira com a Tanzânia, a cerca de 200 milhas de distância. Calcula-se que a paisagem queimada de Lolldaiga levará até 2060 para recuperar, se a mudança climática não o impedir. PHIL MILLER, DeclassifiedUK.
  • A BP Energy do Brasil e a Petrobras querem explorar foz do Amazonas mesmo sem uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar que verifique se a área está apta para a exploração de recursos fósseis. PRISCILA PACHECO, Observatório do Clima.

Sem comentários: