Os paramenses atiram as culpas para indústrias instaladas nas freguesias vizinhas, no concelho de Sta Maria da Feira. Perto do Castro de Ovil, um dos ex-libris de Espinho, a ribeira é bordejda, entre outros, por inertes de construção e placas de amianto, e agredida pelo persistente mau cheio exalado pelas suas águas escuras e com espuma. O mato abunda e a ocupação abusiva das suas margens por parte de moradores dificulta e impede a mobilidade.
A gravidade destes problemas não se limita apenas a esta ribeira, abrangendo também a Ribeira de Silvalde e a Ribeira do Mocho. Aliás, todas elas mereceram, nos anos 90, a atenção do Clube do Ambiente da Escola Secundária Dr Manuel Gomes de Almeida, que reportou esses problemas várias vezes, pelo menos durante 10 anos, às entidades competentes com base em várias monitorizações e relatórios realizados por grupos de alunos. As observações, as sugestões, os apelos para a tomada de medidas para tentar resolver os problemas detetados foram sempre recebidos com alguma condescendência mas pouco ou nenhum empenho.
Manuel Dias, o atual presidente da Junta de Freguesia de Paramos, citado pelo Defesa de Espinho de 16 de março de 2023, admite a persistência desses problemas e ecoa as dificuldades assumidas há 20 anos pelo seu antecessor Américo Castro: falta de competências e falta de verbas para intervir. Em suma, a situação não se alterou e, 7 anos depois da aprovação do novo PDM, está tudo na mesma.
O PDM aprovado em 2016 propõe uma rede de mobilidade suave que deverá ligar as fozes das ribeiras do Mocho, de Silvalde e de Rio Maior, respetivamente, ao parque da Gruta da Lomba/Picadela, ao Parque da Cidade e ao Castro de Ovil.
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