Viva! Somos uma empresa neutra em carbono...
alguém, algures há-de limpar/lavar as nossas emissões.
É tão barato!
- A COP27 terminou. Com exceção da criação do novo fundo histórico para Perdas e Danos será preciso usar lupa para conseguir identificar algum avanço no texto final. Os problemas, por sua vez, salta aos olhos. Decepcionou na missão de fazer avançar o combate à emergência climática. A começar pela própria defesa da meta de 1,5°C, o chamado Plano de Implementação de Sharm el-Sheikh, conseguiu usar uma linguagem menos enfática na defesa dessa meta do que a declaração final do G20, divulgada na semana passada. O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou que a COP27 não tenha optado por uma frase mais forte que proclamasse a necessidade de se “reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa”. A abordagem dos combustíveis fósseis, por sua vez, continua sentindo o peso do forte lóbi do setor. O texto não recomenda a eliminação do carvão e não menciona os demais fósseis, salvo quando recomenda a eliminação dos “subsídios ineficientes”, o que, convenhamos, é muito mais uma recomendação económica do que climática. Pior: recomenda um mix de energia incluindo energias de baixas emissões, um frete aos lobistas do gás. O financiamento climático segue como a principal batata quente – que, mais uma vez, foi jogada para a próxima conferência, mas, dessa vez, com menos ambição. Se o documento de Glasgow recomendava “pelo menos duplicar” as verbas para adaptação, o texto deste ano fala apenas em “aumentar”. Enquanto isso, os US$ 100 bilhões anuais prometidos em 2009, para serem fornecidos entre 2020 e 2025, chegam ao final de 2022 ainda como uma miragem no deserto, com indefinições sobre como – e quando – serão pagos. Em suma, foram muitos acordos sem substância, que dão uma falsa sensação de combate às mudanças climáticas. ClimaInfo.
- Como pagar pela justiça climática quando os poluidores têm o dinheiro todo? A COP27 foi, em grande parte, uma busca global de dinheiro. Bill McKibben, The New Yorker.
- BP elogia a lei climática de Biden enquanto expande a fraturação hidráulica nos EUA. Justin Jacobs, Financial Times.
- Shetland não recebe carga proveniente da Grâ-Bretanha há 3 dias e os supermercados parecem cidades fantasma, sem vegetais frescos, conta Alex Armitage, pediatra, vereador da Câmara de Shetland Sul. «Em Shetland, as lojas de bairro têm um modelo de negócio que depende muito menos da procura do lucro, e muito mais do valor de servir a comunidade. Quando ontem visitei as minhas lojas locais não faltava fruta fresca e vegetais, e o pessoal disse-me que havia muito mais disponível. As lojas locais são também fornecidas em muito maior escala por produtores locais, apoiando a economia local em geral. Os supermercados, por outro lado, fazem tudo para ganhar dinheiro. O resultado? Danos ecológicos, agricultores empurrados o abismo, centros urbanos desertos, obesidade, diabetes - e o mais preocupante, um sistema alimentar que não consegue aguentar apenas alguns dias de perturbação. Precisamos urgentemente de encontrar uma forma mais segura e sustentável de garantir a necessidade básica da humanidade de alimentos nutritivos e a preços acessíveis. Creio que isso significa menos supermercados e uma economia alimentar circular com mais gente a trabalhar a terra, mais produção local e uma rede próspera de lojas locais.» Alex Armitage.
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