«Lisboa tem demasiado espaço público reservado aos
carros. Se já é difícil termos passeios onde as pessoas possam circular com
conforto e segurança, imaginem ainda retirar espaço para plantar árvores.
Proponho algo mais radical, que vá à raiz do problema. Por cada três lugares de
estacionamento existentes um é retirado e dará lugar à plantação de uma árvore.
É simples: 2 carros / 1 árvore. Esse espaço que era antes ocupado por um
veículo passa a ser reservado na íntegra para plantação de espécies vegetais,
arbustivas, instalação de mobiliário urbano como pequenas mesas ou bancos.
Parece simples, tenho a certeza de que não será. (…) Não seja por isso:
façam-se pérgolas, latadas, corredores inteiros de trepadeiras misturadas de
espécies frutíferas e ornamentais. Desde que haja sombreamento e vida verde,
discutamos soluções.
Se isto não se aprova em reunião de Câmara, que se tente via Juntas de Freguesia. Se não der resultado, que se vá aos Orçamentos Participativos. Se ainda assim não der, tentemos associações locais, escolas, igrejas, comissões de moradores, sindicatos, quem vier por bem. Se mesmo assim a coisa der para o torto, olhem, estou por tudo. Se não fazem as autoridades, fazem as pessoas: picareta, pá, enxada, terra, árvores, água. Plantem no outono, que é quando as raízes das árvores se desenvolvem melhor, o que aumenta a sua taxa de sobrevivência.(…)»
Pedro Miguel Santos, Às Árvores: manifesto-proposta por uma Lisboa floresta – Lisboa para pessoas.
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