Vila Nova de Cerveira: Câmara emite parecer negativo ao Programa de Pesquisa e Prospeção de lítio na serra d’Arga.
- A Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira emitiu parecer negativo ao Programa de Pesquisa e Prospeção de lítio na serra d’Arga. Segundo o executivo municipal, “o Relatório de Avaliação Ambiental Preliminar do Programa de Prospeção e
Pesquisa de Lítio deveria pronunciar-se sobre a viabilidade ou não da futura
exploração de lítio, o que não se verificou”. O documento “deveria já
apresentar dados que permitissem equacionar se o custo ambiental, social,
populacional e económico compensará os proveitos que daí poderão ser
retirados”. A autarquia revelou que, “apenas com o mero anúncio da atribuição
de direitos no território de Vila Nova de Cerveira, estão já a abrandar os
investimentos privados avultados que estavam previstos, nomeadamente, no setor
do turismo”. “A dimensão económica negativa foi completamente descurada pelo
relatório, que se limitou a enunciar os benefícios económicos da prospeção e
pesquisa e do valor que o lítio poderá ter, não fazendo uma verdadeira
ponderação dos prejuízos económicos que, desde que a notícia da Pesquisa e
Prospeção veio a público, foram causados” alerta o Rui Teixeira. A pronúncia de
Vila Nova de Cerveira, salienta, ainda, “a falta de esclarecimento público numa
questão tão sensível e que é crucial, bem como o impacto paisagístico negativo
que uma mina tem no território. Embora tenha identificado o património
geológico existente, o relatório não considerou o passivo patrimonial mineiro
que foi deixado no passado no concelho e que a Direção-Geral de Energia e
Geologia (DGEG) não conseguiu solucionar e recuperar”, sustenta o parecer da
autarquia. Entre as oito áreas previstas para integrar o concurso internacional
para atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de lítio encontram-se 25
mil hectares da zona de Arga, na Serra d’Arga, que abrange os concelhos de
Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Ponte de Lima. A Serra
d’Arga está atualmente em fase de classificação como Área de Paisagem Protegida
de Interesse Regional, numa iniciativa conjunta daqueles municípios para
garantir a proteção daquele território. O Minho.
- «Nunca houve licenciamento do projeto de um
empreendimento com 4000 camas turísticas, entre hotéis, vivendas e campo de
golfe e, por isso mesmo, nenhum direito adquirido», garantiu o ministro do
Ambiente e da Ação Climática, em relação à Lagoa dos Salgados, em Silves, para
onde começa a ser discutida a criação de uma reserva natural. A futura Reserva Natural da Lagoa dos Salgados abarca uma vasta área de 400 hectares englobando
esta zona lagunar, os sapais de Pêra, o cordão dunar ao longo da Praia Grande e
os antigos terrenos agrícolas entre as duas zonas húmidas. O problema é que esta
extensa faixa de terrenos é propriedade de um fundo imobiliário ligado ao
Millenium BCP, que, mal teve conhecimento da intenção do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas de
classificar a zona como área protegida, exibiu dois
pareceres jurídicos a defender alegados direitos adquiridos. A questão é que, em 2013, o projeto do mega
empreendimento chegou a ser sujeito a Avaliação do Impacto Ambiental, tendo
então recebido uma declaração favorável, mas condicionada à
apresentação de um projeto concreto que compatibilizasse os valores naturais em
presença e a intenção urbanística do promotor. Ora, apesar
do esverdeamento do projeto feito em 2017, que levou até a mudar-lhe
o nome para eco resort, o promotor nunca conseguiu
garantir essa compatibilização, pelo que a administração central rejeitou tal
intenção. Não há, portanto, nenhum licenciamento, defende Nuno Banza,
presidente do ICNF, pelo que o parecer final foi desfavorável. «A classificação
vem aí e, uma vez concluída, não haverá certamente cama turística alguma aqui»,
sublinhou o ministro Matos Fernandes. A discussão pública da proposta de criação da Reserva
Natural da Lagoa dos Salgados começa esta quinta-feira, dia 9 de Dezembro. A
participação dos interessados terá lugar através do portal
Participa.pt (e pelos outros meios normais), até
ao dia 21 de Janeiro próximo. É nessa mesma plataforma que estão disponíveis os
documentos que dão forma à proposta de criação da nova área protegida. Elisabete Rodrigues,
Sul Informação.
- O Fundo Ambiental, a Câmara de Mértola e o Instituto da
Conservação da Natureza e das Florestas assinaram um protocolo para promoção da
cogestão do Parque Natural do Vale do Guadiana. O protocol prevê uma verba
de 100 mil euros para apoio técnico e operacional direcionado a atividades
prioritárias de promoção da cogestão do Parque por um período de 3 anos. Criado
em 1995, o Parque Natural do Vale do Guadiana passa a ser a 14.ª área protegida
de âmbito nacional, de um total de 32, e a segunda da região do Alentejo,
depois do Parque Natural da Serra de São Mamede, a formalizar com o Fundo Ambiental
este tipo de protocolo que visa apoiar atividades prioritárias de promoção da
cogestão. Sul Informação.
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