quarta-feira, 3 de novembro de 2021

COP26: 'Tenham vergonha'

  • 'Tenham vergonha!' gritaram ativistas climáticos no exterior do Museu de Kelvingrove. Membros da família real e executivos empresariais britânicos juntaram-se aos chefes de estado e outros líderes no jantar exclusivo oferecido pelo Primeiro Ministro britânico Boris Johnson na Galeria e Museu de Arte de Kelvingrove. "Como ousam estes líderes mundiais ter um jantar extravagante na primeira noite da cimeira do Clima, como se tivessem algo de que se orgulhar?", disse Cat Scothorne do grupo Glasgow Calls Out Polluters. Brett Wilkins, Common Dreams.
  • Boris Johnson e o Príncipe Carlos batem todos os recordes de hipocrisia. Depois da cimeira do G20, em Roma, viajaram em aviões separados para Glasgow. E, depois de terem exibido o seu número pregando a redução das emissões de gases de efeito de estuda, regressam a Londres de avião. Aliás como o fazem centenas de líderes e homens de negócios mundiais que viajaram de aviãopara aparecerem na foto de Glasgow. Rowena Mason , The Guardian.
  • Desde que foi nomeado Presidente da Cimeira climática da ONU COP26 em Janeiro deste ano, Alok Sharma - um deputado conservador desde 2010 – mostrou-se como porta-voz do governo britânico para a ação climática na cena mundial. O deputado por Reading West fez questão de dar um sermão aos líderes mundiais sobre a necessidade de tomar medidas radicias para evitar que as temperaturas globais ultrapassem o 1,5C reconhecido ao abrigo do Acordo de Paris. Mas uma análise atenta às suas votações no parlamento mostra que ele tem protegido consistentemente os interesses dos combustíveis fósseis, minimizado os seus piores impactos ambientais, e opondo-se à acção transformadora sobre as alterações climáticas durante a última década. Nafeez Ahmed, Byline Times.
  • A BBC recebeu cerca de £300.000 em receitas publicitárias em 2020 da petrolífera da Arábia Saudita Aramco, apesar do director-geral da BBC, Tim Davie, ter apelado a todos os ramos da emissora para reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa. Jim Waterson, The Guardian.

  • Países que representam 85% das florestas do mundo comprometeram-se a pôr fim à desflorestação dentro de 9 anos, num esforço renovado para conter as emissões de dióxido de carbono libertadas pelas árvores que estão a ser abatidas para a agricultura. A Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso da Terra vem acompanhada de 14 mil milhões de libras de novos financiamentos para combater a perda de florestas ao longo de 5 anos. O dinheiro vai ser disponibilizado por 12 países e organizações privadas. O objetivo para 2030 é idêntico a um feito há 7 anos por um grupo mais pequeno de países, conhecido como a Declaração de Nova Iorque sobre Florestas, que estabelecia um objetivo de reduzir a desflorestação para metade até 2020, coisa que falhou redondamente. Há, porém, poucos detalhes na nova declaração sobre a forma como o objetivo será atingido – por  exemplo, como pagar aos países para evitar desflorestação prevista - ou como monitorizar os progressos. O objetivo não é vinculativo. Observadores há que julgam que este novo financiamento não irá ajudar a resolver o problema, a menos que sejam feitos esforços simultâneos para cortar os subsídios agrícolas que conduzem a muita exploração madeireira. Adam Vaughan, New Scientist.
  • Manifestantes vestidos de vampiros protestaram frente à sede europeia do Facebook contra os centros de dados que consomem imensa energia em Dublin, Irlanda. Até 2028, esses centros de dados consumirão 29% da electricidade da Irlanda, adicionando pelo menos 1,5 milhões de toneladas às emissões de carbono da Irlanda até 2030. Redfish.
  • A crescente popularidade da fotografia de aves e o desejo dos fotógrafos de mostrar as suas imagens nas redes sociais está a suscitar preocupações de que as aves estejam a ser molestadas e perturbadas, levando a efeitos potencialmente nocivos para a sua saúde. Todd McLeish, ecoRI News.

Sem comentários: