Recortes de notícias ambientais e outras que tais, com alguma crítica e reflexão. Sem publicidade e sem patrocínios públicos ou privados. Desde janeiro de 2004.
quarta-feira, 25 de agosto de 2021
Bico calado
Quanto custou a «visita» de dois dias de um blogger
espanhol que «visitou» Espinho para conhecer e divulgar o concelho? Veio por
sua conta e risco? Foi convidado? Quem o convidou? Que o executivo camarário de
Espinho promova o concelho e pague a profissionais para o fazer, nada contra.
Sabemos que não há milagres e que se o município de Espinho não puxar a brasa à
sua sardinha ninguém o fará por ele. Mas dizer que um blogger espanhol e sua companheira «visitaram» Espinho para conhecer e divulgar o
território, não passa de uma estória mal amanhada.
O executivo camarário de Espinho fez aprovar a sétima
proposta de alteração à empreitada do ReCaFE. Adjudicada há 4 anos por cerca de
12,5 milhões, a obra já soma 3 milhões de derrapagem, entre trabalhos a mais e
correção de erros. Para não falar do atraso de um ano em relação ao prazo
contratual de 3 anos.
Empresários pensavam estar a comprar candidatos
autárquicos, mas estavam a pagar a burlão. Judiciária desmontou esquema que
envolvia financiamento de politicos em troca de alegadas adjudicações de obras. Ana Henriques, Público 22ago2021.
A Grécia terminou a construção de um muro de 40 km ao
longo da sua fronteira com a Turquia. Os funcionários governamentais dizem
temer um afluxo de migrantes afegãos em busca de asilo. Redfish. O muro terá sido construído com o apoio de governos europeus.
Joe Glenton, ex-soldado britânico destrói narrativa oficial
do Afeganistão.
«(...) o financiamento da infraestrutura ferroviária
destinava-se a beneficiar os britânicos e não os indianos. Em 1849, o governo
britânico anunciou que iria garantir às empresas privadas um retorno de 5% no projeto;
os prejuízos seriam da responsabilidade do governo indiano (por outras
palavras, do contribuinte indiano). Muitos investidores agarraram a
oportunidade, e o sistema criou inevitavelmente ineficiência, porque obter um
retorno estável garantido significava que os investidores não eram incentivados
a assegurar a competência. Houve muitos cortes no processo de construção; além
disso, o pressuposto de que os materiais britânicos eram naturalmente
superiores significava que a Grã-Bretanha não permitia o desenvolvimento de uma
indústria local para fornecer o material circulante e as locomotivas para os
caminhos-de-ferro, preferindo importar de casa o que era necessário. Em 1869,
havia mil locomotivas a vapor em circulação na Índia; nem uma única tinha sido
construída lá. As indústrias que apoiavam os caminhos-de-ferro, tais como
siderurgias e minas de carvão, eram também dominadas por empresas sediadas na
Grã-Bretanha. Durante a construção, as empresas ferroviárias britânicas não
fizeram qualquer esforço para garantir a saúde e segurança dos seus empregados
locais, que também estavam expostos a doenças como a cólera: por isso, muitos morreram,
sobretudo os cerca de 25.000 que perderam a vida durante uma obra de oito anos,
tornando-a provavelmente "o projecto ferroviário mais mortífero jamais
empreendido no mundo". Uma minoria significativa da mão-de-obra indiana (…)
eram crianças. Mesmo para os trabalhadores mais bem pagos, os salários eram miseravelmente
baixos, e sofriam muitas deduções sem causa ou eram completamente retidos. E
não havia qualquer hipótese de promoção: os britânicos acreditavam que os indianos
eram naturalmente incompetentes, e por isso não lhes era permitido
aproximarem-se da maioria dos cargos de gestão, supervisão e técnicos. Em suma,
o sistema de emprego nos caminhos-de-ferro era manifestamente racista». Sathnam Sanghera, Empireland – Penguin 2021.
Sem comentários:
Enviar um comentário