quinta-feira, 1 de julho de 2021

Bico calado

  • A detenção de Berardo só valerá a pena se a banca recusar ou for impedida de alimentar os suspeitos de mesmo tipo de crimes que circulam no presente e se perfilam no futuro. Pedro Tadeu. Entretanto, uma série de fatores conjugam-se para adiar sine dia a retirada das condecorações que recebeu de Eanes e Sampaio.
  • O ex-presidente da África do Sul Jacob Zuma foi condenado a 15 meses de prisão pelo mais alto tribunal do país. A sentença vem depois de o Tribunal Constitucional o considerar culpado de desprezo por ter desafiado a sua ordem de comparecer num inquérito sobre corrupção enquanto ele era presidente. BBC.
  • Durante duas décadas, o a multinacional de media ViacomCBS esquivou-se a milhares de milhões em impostos através de esquemas fiscais envolvendo os Países Baixos. Sean McGoey, ICIJ.
  • As estrelas pop britânicas deveriam pressionar a UE e os governos europeus a flexibilizar as regras que permitam aos músicos e intérpretes fazer digressões pela Europa sem necessidade de vistos, disse o ministro David Frost. Benjamin Fox, EurActiv. Como se já não bastasse o enorme tempo de antena que a música em língua inglesa ocupa nas nas nossas rádios. E depois exigem royalties durante séculos…
  • O Departamento de Estudos de Guerra do King's College London funciona como uma escola espiões. Os seus professors são actuais ou antigos oficiais da NATO, oficiais do exército e agentes dos serviços secretos. Porém, há um produto ainda mais preocupante que o departamento produz: jornalistas. Muitos dos repórteres, produtores e apresentadores mais influentes do mundo, representando muitos dos mais conhecidos e respeitados media - incluindo o The New York Times, a CNN e a BBC - aprenderam o seu ofício nas salas de aula deste departamento de Londres, o que levanta sérias questões sobre as ligações entre o quarto estado e o estado de segurança nacional. Alan Macleod, Mint Press.
  • «Friedrich List, pai da união aduaneira alemã, advertira que o comércio livre era o principal produto de exportação da Grã-Bretanha. Nada enfurecia tantos os ingleses como o protecionismo aduaneiro,  e às vezes manifestavam-no através de uma linguagem de sangue e metralha, como aconteceu na Guerra do Ópio contra a China. Mas, para a Inglaterra, a livre concorrência nos mercados transformou-se numa verdade revelada só a partir do momento em que teve a certeza de que era a mais forte e depois de ter desenvolvido a sua própria indústria têxtil ao abrigo da mais severa legislação protecionista da Europa. No árduo começo, quando a indústria britânica ainda funcionava sem qualquer vantagem, o cidadão inglês que fosse apanhado a exportar lã crua, por preparer, era condenado a perder a mão direita e, se reincidisse, era enforcado; era proibido enterrar um cadáver sem que antes o pároco da freguesia não tivesse certificado que o sudário provinha de uma fábrica nacional.» Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina (1971) – Antígona 2017.

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