segunda-feira, 17 de maio de 2021

Bico calado

  • Israel tem todo o direito de se defender dos perigosos terroristas da Associated Press dado que acaba de bombardear os seus escritórios. Isto é afinal de contas uma luta igual...igual a todas as outras lutas pela liberdade contra a opressão. Nada disto é novo, o que é novo é o silêncio da comunidade internacional contra estes crimes. Os palestinianos não terão direito aos seus concertos de rock e às declarações chocadas das celebridades de Hollywood. Não, os Palestinianos morrerão em silêncio...o nosso.» Paulo Mendes.
  • O lóbi de Israel não quer que se veja este filme inconveniente. É uma peça de jornalismo de investigação muito devastadora, dividida em 4 episódios: (Episódio 1) A Al Jazeera entra disfarçada no lóbi de Israel na Grã-Bretanha e mostra como os elementos do lóbi organizam uma campanha para se infiltrarem e influenciarem grupos de jovens, incluindo a União Nacional de Estudantes, cuja presidente enfrenta uma campanha de difamação coordenada pelo seu próprio deputado e apoiada pela Embaixada de Israel; (Episódio 2) O repórter da Al Jazeera, disfarçado, consegue integrar-se numa delegação da Embaixada de Israel ao Congresso do Partido Trabalhista britânico. Revela-se como foram feitas acusações de anti-semitismo contra membros-chave do Partido Trabalhista - e como uma antiga funcionária da Embaixada de Israel ficou perturbada quando os seus antecedentes foram revelados; (Episódio 3) O repórter da Al Jazeera infiltrado no Congresso do Partido Trabalhista revela como as acusações de anti-semitismo por feitas por um grupo dentro do Partido Trabalhista visaram os críticos ide Israel e viram alguns serem investigados; (Episódio 4) Um oficial político sénior da Embaixada de Israel em Londres discute uma potencial conspiração para "derrubar" políticos britânicos - incluindo um Ministro de Estado no Ministério dos Negócios Estrangeiros que apoia os direitos civis palestinianos. James Kleinfeld apresenta mais pormenores aqui.
  • «(…) Estando os nossos generais a discutir uma versão contemporânea e especializada da questão do Filioque, que foi tema do Primeiro Concílio em Constantinopla, se o Espirito Santo precede o Pai e onde entra o Filho, a questiúncula trinitária, eu pergunto-me qual a importância do tema para explicar a intervenção de forças armadas portuguesas no Afeganistão, no Iraque, nas provocações americanas à Rússia nos estados bálticos, no desmembramento da Jugoslávia e no ataque à Sérvia, no caos da Líbia, no apoio a Israel … A estrutura de comando das FA portuguesa teve alguma influência na decisão destas participações? Os nossos generais signatários da carta, todos, exceto um, antigos Chefes de estado-maior, tiveram algum papel nas decisões, individualmente ou em conjunto? A manutenção ou a alteração da estrutura de comando, da hierarquia de chefias, terá alguma influência nas condições de defesa do Estado Português e dos seus cidadãos contra o domínio das bases de dados por parte das super-estruturas das instituições financeiras que manipulam as cotações de divisas, de preços bens essenciais, o petróleo, o algodão, dos metais raros, que se assenhoreiam das fórmulas de químicos para a saúde e o bem-estar da população mundial, que determinam onde se constroem viadutos e linhas de fibra ótica, ou quem pode dispor de armas nucleares, ou a quem é interdito, a quem se pode comprar alta tecnologia ou não, quem manipula a opinião publica e leva multidões a acreditar que vem aí um salvador? (…)São questões estúpidas, as minhas, claro. Bizantinices…Há nomes que me custa a ver no final da carta, há nomes que não me admiro nada de lá estarem…» Carlos Matos Gomes, A Carta dos generais e BizâncioMedium
  • «“Toda a gente sabia” excepto o próprio e inefável Barreto, que se põe fora do saco onde meteu toda a gente. Só lhe faltou a “barretal” e habitual conclusão: toda a gente sabia e sabe que a Reforma Agrária, mesmo depois de liquidada por mim e mais alguns da mesma laia política, só podia dar em desastre humano, ambiental, económico. Odemira é a prova e a contraprova. Exploração da terra e da água insustentável. Trabalho escravo. Cumplicidade do poder político e económico. «Toda a gente sabia». Escapa um sociólogo, que foi ministro da agricultura anos atrás. A registar. Os que prometeram, anunciaram um Alentejo de explorações agrícolas familiares e cooperativas de pequenos agricultores, produziram um imenso latifúndio de exploração, agressão ambiental e que só não é um suicídio económico, porque não se fazem contas à destruição do solo e à subsidiação pública da água. E que opera com infraestruturas construídas com dinheiros públicos, sem pagar rendas. (Depois das mais-valias da terra beneficiada pelo Alqueva terem sido inteiramente apropriadas pelo latifúndio). Lembras-te, Barreto, da propaganda, demagógica e divisionista, da distribuição de terra a pequenos agricultores no processo de descrédito e destruição da Reforma Agrária? Não resta um rendeiro na Herdade dos Machados… Mas há muito hectare de agricultura intensiva e superintensiva. Mas que se há-de fazer? “São aquelas loucuras típicas de Portugal”!  As mesmas famílias políticas, PS, PSD e CDS, que destruíram a Reforma Agrária, os mesmos que sabotaram a construção do Alqueva enquanto existiu Reforma Agrária, os mesmos que enchem o Diário da República e o discurso político com a palavra «sustentabilidade», produziram milhares de hectares de insustentabilidade social, insustentabilidade ambiental, insustentabilidade económica. Resta a sustentabilidade financeira, mas como sabemos esta é de curto prazo. A terra não é hoje o ventre de uma produção agrícola e pecuária atenta aos equilíbrios da natureza e às necessidades de quem a trabalha e do país. A terra alentejana é hoje um “activo financeiro”, concentrada na mão de grupos financeiros, incompatível com uma agricultura familiar e cooperativas de produtores. No perímetro do Alqueva, nos últimos 10 anos, cerca de 70% da terra mudou de mãos e o seu preço multiplicou-se por seis! A exploração capitalista agrária intensiva, “industrial”, de terras de dimensão latifundiária exige uma mão-de-obra numerosa, barata e precária/sazonal, dispensável sempre que necessário. Nas heróicas jornadas de Abril e Maio de 1962 o proletariado alentejano e ribatejano, dirigido pelo seu Partido, conquistaram as oito horas de trabalho, pondo fim ao trabalho escravo de sol a sol imposto pelos latifundiários. Quase sessenta anos passados, o escândalo: trabalhadores nas mesmas terras trabalham 12 horas consecutivas, em regime de quase escravatura.(…)» Agostinho Lopes, Terra, Alentejo, em Odemira - Jornal Económico.
  • Ex-banqueiro João Rendeiro condenado a dez anos de prisão efectiva. Em causa estão crimes de fraude fiscal qualificada, abuso de confiança e branqueamento de capitais que levaram a uma apropriação de 31 milhões de euros por parte de quatro ex-administradores do BPP. Sónia Trigueirão, Público 15mai2021.
  • «(…) Já sabíamos que Berardo tem por única propriedade uma garagem e esta semana ficámos a saber que Vieira é proprietário de uma simples casa destinada a palheiro. O BES emprestou dinheiro a empresas ligadas a Luís Filipe Vieira aceitando o seu aval pessoal como garantia. Mas como é que um indivíduo que tem propriedades no valor de cinco mil euros (o palheiro foi entretanto vendido à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira por este preço) pode garantir um crédito de 50 milhões como o da Imosteps? (…)» Susana Peralta, O regabofe do BES num país sem consequências - Público 14mai2021.
  • Em outubro de 2014 a Imosteps, de Luís Filipe Vieira, pagava uma viagem ao Brasil de 200 mil dólares em jato privado. Um mês depois a Promovalor tentava renegociar a dívida com o Novo Banco. Expresso, via  Miguel Prado. Um ano antes, a 4 de outubro de 2013, o "Turco" Arif da Doyen pagou um jato privado onde Luis Filipe Vieira se deslocou a Curitiba. Promiscuidade transversal e "Lava jato", comenta Rui Pinto.

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