«(…) Neste processo revolucionário de solidariedade de uma ilha para com a outra (em nome do ambiente deles) o que mais me espanta, ou diria mesmo, mete nojo, não só pelo lixo que nos querem enviar é sem sombra de dúvida o nome dada ao tal grupo "Movimento Salvar a Ilha" e querer o que querem para os outros. O nome verde está agora muito associado à ideia de sustentabilidade, de natureza pura, etc. e como essa já é a sua cor, lixo lá? NÃO! O melhor é ir para a ilha com a cor mais adequada ao LIXO, à incineradora, à ilha Lilás. (…)
Já que por lá são grandes em tudo, que gerem a maior
parte da riqueza dos Açores, que são a ilha com mais população, indústria,
comércio, turismo, etc. e logo mais LIXO produzem, então que o tratem, que
fiquem também com ele. Porque não fazerem uma incineradora
"regional"? Seria apenas mais uma "coisa" a ficar
centralizada em S. Miguel.
Que a incineradora da Terceira receba lixo de outras
ilhas como S. Jorge e Graciosa tudo bem, até se percebe, mas de S. Miguel? O
que é demais enjoa, (…)
O nosso porto da Praia não tem dimensão para receber tanto barco com tanto LIXO, tal como não pode receber grandes navios de cruzeiro como as vossas Portas do Mar nem cargueiros como o vosso porto e nem tão pouco capacidade para abastecimento de gás natural a navios, por isso tenham paciência, agradecemos mas não podemos, somos pequenos demais perante vocês.(…)»
Luap Ferraci, Diário Insular, 27fev2021, - via InfoAçores.
O anónimo terceirense Luap Ferraci coloca pela enésima vez o dedo na ferida de um problema grave que há muito aflige os Açores – o destino a dar a tanto resíduo não só produzido localmente como resultante da importação de muitos produtos sem retorno. Porém, em vez de apontar as baterias para a raiz do problema, – o consumismo desenfreado e a carência de investimentos robustos em sistemas de recolha e reciclagem de resíduos –, e sugerir soluções, - como a redução do consumo de produtos com embalagens em demasia ou desnecessárias e a promoção do consumo de produtos locais –, atira a pedrada para o vizinho micaelense, acusando-o de descartar o lixo que produz para a Terceira para assim poder garantir a mediática, turística imagem de S. Miguel como Ilha Verde capaz de continuar a atrair mais visitantes e mais negócios. A pedrada do anónimo terceirense acaba por exacerbar ódios entre vizinhos que só enfraquecem a união de todos, - açorianos, madeirenses, cabo-verdianos, continentais, canarinhos, norte-americanos, canadianos, etc, etc. na tomada de medidas sérias em prol do Ambiente.
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