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terça-feira, 16 de março de 2021
Brasil: contabilidade criativa inflaciona total de multas ambientais em 2019
Erika Thompson, apicultora do Texas, resgatou uma colmeia
de abelhas que estava debaixo do soalho de um anexo de jardim há mais de dois
anos. Via BBC.
Não havia necessidade. O JN de 14 de março publicou a
mesma notícia duas vezes, uma na página 13 e outra na página 16. Numa, com o
título «GNR deteta 46 toneladas de resíduos de amianto em local não licenciado»,
noutra, com o título «Descobertas 46 toneladas de lixo de amianto em estaleiro
do Porto». Numa, o «tag» era fiscalização, noutra era ambiente. O corpo das
duas versões era o mesmo.
Em Heildelberg, quem abdicar de carro próprio, ganha um
ano de transportes públicos gratis. Paulo Lourenço, JN.
Está a ser polémica a nomeação do ex-ministro das
finanças da Austrália, Mathias Cormann, para a direção da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Cormann fez carreira na política
australiana na década passada com posições negacionistas sobre a crise
climática – exatamente uma das prioridades políticas dos países da OCDE nas
próximas décadas. Ambientalistas e ativistas climáticos duvidam das
credenciais verdes de Cormann para chefiar a OCDE. Para Jennifer Morgan,
diretora-executiva do Greenpeace Internacional, a escolha de Cormann diminui a
confiança de que a OCDE possa ser uma liderança no combate à crise climática.
Mohamed Adow, diretor do Power Shift Africa, afirma: “É terrível ver um
político com um currículo tão mau em ação climática conseguir o cargo de líder
da OCDE. O que torna a situação pior é que, aparentemente, a sua nomeação foi
apoiada pelo Reino Unido, apesar de eles sedearem a próxima cimeira do Clima.” A
BBC News também aborda as mesmas preocupações, recordando que "Ele tentou
abolir as metas de energia renovável da Austrália e considerou o preço do
carbono uma 'farsa muito cara'."Fontes: ClimaInfo, The Guardian e BBC.
“Os investidores precisam de verificar se os produtos que
estão a comprar respeitam os seus padrões éticos, em vez de apenas serem
embalados de forma atraente; abundam as acusações de ‘greenwashing’, como
sucedeu com a Public Power Corporation, que, embora use fontes renováveis
como turbinas eólicas, também investe em combustíveis fósseis. Aqueles que
querem ter a certeza de que os seus fundos de pensão são totalmente de baixo carbono
podem ficar desiludios (…) A inovação incansável do capitalismo quando se trata
de carros elétricos ou alimentos à base de plantas tem ajudado os consumidores
a desfrutar do mesmo padrão de bens, ou algo próximo, enquanto reduzem a sua
pegada de carbono. Mas os profissionais de marketing astutos também usam o
ambientalismo para rotular muitos produtos, na melhor das hipóteses, neutros
como salvadores do mundo. No chamado financiamento ambientalmente correto, os
investidores terão de descobrir que o rótulo de um novo produto não pode
substituir o trabalho árduo de examinar exatamente o que está sendo oferecido.
Apesar das promessas, nunca é fácil ser verde.” Editorial do Financial Times.
O governo Bolsonaro recorreu à “contabilidade criativa”
para inflacionar em cerca de 50% o total de multas registadas pelo IBAMA em
2019. Será bom lembrar que, graças ao sistema de conciliação instituído por
Ricardo Salles, nada disso entrou nos cofres públicos, já que as multas ficaram
suspensas num limbo administrativo que beneficia os autuados e prejudica a
fiscalização. Célia Mello, ClimaInfo.
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