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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
«Quando do velho se faz novo»
Mais de 12 milhões de embalagens de bebidas em
plástico foram entregues desde março de 2020 nas 23 máquinas de recolha automática
instaladas em grandes superfícies comerciais em Portugal Continental, para
serem recicladas e darem origem a novas garrafas. A partir de agora e até 15 de
setembro, o projeto-piloto Quando do Velho se Faz Novo, todos ganham. Ganha o
Planeta!entra numa fase exclusiva para donativos às instituições de apoio
social selecionadas. Este projeto é financiado a 100% pelo Fundo Ambiental do
Ministério do Ambiente e da Ação Climática, num montante de 1,655 milhões de
euros, e gerido por um consórcio composto pela Associação Águas Minerais e de
Nascente de Portugal, Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não
Alcoólicas (PROBEB) e Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).
A localização das 23 máquinas de recolha de garrafas bebidas em plástico, bem
como toda a informação sobre este projeto-piloto pode ser consultada no site
www.dovelhosefaznovo.pt. APIAM.
«Em 1954 o Estado português concedeu à Hidroeléctrica do
Douro a exploração das barragens daquela região por 75 anos, até 2029. Esse
contrato foi herdado pela EDP que, em 2007, o viu prolongado pelo ministro
Manuel Pinho até 2042. Por essa extensão, a EDP pagou 759 milhões de
euros. Em 2019, a EDP resolveu vender os direitos de exploração
daquelas seis barragens a um consórcio liderado pela francesa Engie. Para isso,
pediu a autorização do Governo para o seguinte plano: a EDP Produção (dona das
barragens) iria cindir-se e formar uma "Nova Sociedade" para onde
seriam transmitidos os direitos de exploração das barragens. Depois, essa "Nova Sociedade" seria vendida
pela EDP a uma entidade chamada "Águas Profundas", detida pelo
consórcio liderado pela Engie. A "Nova Sociedade" seria então fundida
com a "Águas Profundas", que receberia todos os direitos de
exploração. Segundo a informação da EDP ao Governo, a "Nova
Sociedade" não estava ainda formada, e sê-lo-ia para a realização do
negócio, para logo depois desaparecer, incorporada pela "Águas
Profundas". A Agência Portuguesa do Ambiente deu parecer positivo a
este negócio, por comunicado de 13 de dezembro de 2020, e efetivou-o através de
uma adenda ao contrato original de concessão, assinada no dia seguinte. Ou seja, o Governo autorizou a venda de uma concessão a
favor de uma sociedade veículo que ainda nem existia no momento da assinatura
da alteração da concessão. O único e evidente propósito desta empresa era
ajudar a EDP a fugir ao pagamento do imposto de selo da operação. Ao fazer
passar a venda das concessões por uma operação de reestruturação empresarial, a
EDP pretendeu beneficiar das isenções fiscais aplicáveis às operações de
reestruturação. Este esquema serviu para a EDP fugir ao pagamento do imposto de
selo sobre a venda das concessões, no valor de 110 milhões.(…)» Mariana Mortágua, JN 23fev2021. Conferência de imprensa de Mariana Mortágua sobre negócio
das barragens da EDP.
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