Recortes de notícias ambientais e outras que tais, com alguma crítica e reflexão. Sem publicidade e sem patrocínios públicos ou privados. Desde janeiro de 2004.
domingo, 17 de janeiro de 2021
Bico calado
Como os media levam a extrema-direita ao colo, Raquel
Ribeiro – Abril Abril.
«Mas, a questão é que Bill Gates controla 40% da OMS.
Então, vejam a Noruega, onde eu vivo. Quem assessora o PM? Ou aconselha o seu
ministro da saúde? E é importante notar que o ministro da saúde é Bent Høie, do
partido no poder, um partido conservador amigo dos negócios. Aqui está a
entrada da wiki sobre o Sr. Høie… “Høie nasceu em Randaberg. Estudou direito na
Universidade de Bergen em 1991 e também frequentou a Escola Norueguesa de
Gestão Hoteleira de 1991 a 1993 ”. Bem, acho que a administração de hotéis é
uma base tão boa como qualquer outra para tomar decisões de vida ou morte sobre
pandemias. Supõe-se que a OMS e/ou o CDC enviem conselheiros para falar com o
Ministro da Saúde. Mas isto sou eu a imaginar. O que quero dizer é que o processo de tomada de decisão é
totalmente opaco. Ninguém parece ter uma ideia clara de onde veio, exatamente,
a política de confinamento (a quarentena de pessoas saudáveis é, aparentemente,
totalmente nova), ou de onde veio o marketing e a óbvia disseminação do medo.
Porque houve uma evidente engrenagem de marketing em jogo, com anúncios de
máscaras, distanciamento social etc. E vale a pena referir que o clamor
ecológico pelas palhinhas, uma questão genuína, desapareceu de repente e agora
na histeria do uso da máscara o ambiente teve de absorver 9 mil milhões de
máscaras descartáveis de pano e plástico. Toda a economia mundial está oscilando no colapso. E isso
foi intencional. Tudo por causa de ações governamentais, não por causa de um
vírus. Claro, as economias ocidentais estão periclitantes desde 2008, se não
antes. Não sou um economista, mas está na hora de se olhar para “The Great
Reset”. A maioria de vocês já ouviu falar dele, foi capa da revista TIME e
aquela foto de Klaus Schwab com o seu macacão Vulcan em todas as plataformas de
redes sociais. A versão curta (…) é que Schwab e seus amigos do Forum Económico
Mundial têm essa ideia, vestidos num traje verde perfeito, para
"redefinir" as economias do Ocidente (ou do mundo). A palavra ‘reset’
é interessante. Quem surgiu com isso? Parece muito computadorizada, futurista e
otimista! E enquanto se fala muito de certos aspectos (capital natural, capital
social, um novo acordo para a natureza, laços de impacto social, etc) a
realidade é que o sistema capitalista, nas mãos dos mais ricos ou a classe
dominante, em qualquer altura, introduza correções ao mercado. Isso ajuda a consolidar
a riqueza no topo ou transferir mais para o topo. No fundo é isto, com a diferença de que o plano é mais
sobre a destruição dos mercados, a destruição da concorrência e a hiper
monopolização de quase tudo. Isso envolve uma boa dose de fantasia de inteligência
artificial, mas também significa digitalização da moeda (sem economia
paralela, sem empréstimos de amigos, sem trabalho por baixo da mesa) e um
aumento maciço na vigilância e rastreamento. Tudo isso tem sido estimulado
pelas políticas de confinamento contra a Covid, sem as quais o chamado Reset
provavelmente ainda estaria por nascer. Neste momento, a nova chefe da Comissão Europeia é Ursula
von der Leyen. Refira-se que muito do Reset é conduzido pela elite governante
da Europa e América do Norte e que essas pessoas partilham valores e objetivos
comuns. Eis um breve esboço biográfico sobre a Sra. Von der Leyen: “Os avós do
pai de Von der Leyen foram o comerciante de algodão Carl Albrecht (1875–1952) e
Mary Ladson Robertson (1883–1960), uma americana que pertencia a uma família
proprietária de plantações da aristocracia do sul de Charleston, Carolina do
Sul. Os seus antepassados americanos desempenharam um papel significativo na
colonização britânica das Américas, e ela descende de muitos dos primeiros
colonizadores ingleses da Carolina, Virgínia, Pensilvânia e Barbados, e de
vários governadores da era colonial.(…)!" todos os que dão a cara pelo Novo
Acordo Verde e pelo Reset são ricos, de linhagens de extrema riqueza e posição.
(…) E já se pode vê uma a fusão gradual de um novo sistema de
castas. Pessoas consideradas "importantes" podem viajar e fazem-lhes
poucas perguntas sobre se violam o distanciamento social ou o uso de máscaras.
O novo apartheid social, que começou como um método pseudocientífico para o
controlo de doenças, agora, em apenas um ano, tornou-se uma segregação de
classes de facto. Os ricos estão isentos. Lia-se no New York Post de 15 de
Agosto: “Enquanto isso, o bilionário David Geffen está no seu iate, Tom Hanks e
Rita Wilson navegam pela Grécia noutro iate depois de receber cidadania
"honorária". O monarca do Facebook, Mark Zuckerberg, navega nas águas
do Havaí numa prancha de surf de $ 12.000, Jeff Bezos e seu amiga tem procurado
casas, investindo milhões de dólares em propriedades em Los Angeles para
construir um complexo enquanto viaja num jato particular para várias cidades do
país, Bloomberg gastou US $ 45 milhões num complexo do Colorado (juntando-se a
uma série de outros bilionários que compraram naquele estado, bem como em
Montana e Wyoming); e outros estão a gastar milhões para comprar a cidadania em
países “seguros” como a Nova Zelândia.” (…) Este é o futuro de grande parte da América.
Condomínios fechados para os ricaços e o mundo sujo e esquálido infetado para
os proletas. Condomínios fechados com segurança privada existem há quarenta
anos, mas agora a separação tem implicações mais profundas. Claro, o futebol
pode continuar tanto nos Estados Unidos como no Reino Unido, embora o basquete
tenha sido mais estritamente limitado (a percepção, é claro, de que o basquete
é um jogo urbano e joga-se numa liga com mais de 70% de negros). É incrível
como estas regras de comportamento estritamente impostas são relaxadas para a
diversão da corte. Os ricos podem fazer praticamente o que quiserem.
Literalmente, nenhuma das regras se aplica a eles. Existe uma camada
intermediária de ricos, aqueles considerados necessários, pelo menos no
momento, que conseguem mover com mais facilidade. Para os milhões que agora
estão sem renda, as restrições serão bastante agudas. Voltando à vaca fria do ‘Reset’, continuo a lembrar as
economias esclavagistas do passado porque é cada vez mais essa tendência do
capitalismo. As plantações de açúcar das Caraíbas utilizavam trabalho escravo
importado de África. Eles venderam esse produto bruto nos mercados da metrópole
para os mercados mundiais. Mas na plantação existiam apenas relações de senhor
e escravo. E isso é, em certo sentido, o que está a ser normalizado hoje:
relações de escravatura. Tal como nas monarquias do Golfo, que usam
trabalhadores ‘convidados’ (escravos, literalmente), os americanos já estão
quase a ser trabalhadores convidados no seu próprio país. E tal como as leis do
Apartheid na África do Sul, certas castas (substituindo a raça, neste caso) não
podem ir à praia particular de Mark Zukerberg. Ou hoje em dia, com frequência,
qualquer praia. E é importante notar que os magnatas industriais do século 19
acabaram por ser tornar grandes filantropos. Carnegie, Mellon, Peabody,
Rockefeller apoiaram a educação, construíram bibliotecas e hospitais. Os
magnatas de hoje criam projetos verdes enganadores que são apenas mais esquemas
de acumulação de riqueza para deslocalizar os povos indígenas, roubar terras e
propriedades e ajudar a vender e normalizar o estado policial.(…) O Reset apresenta um futuro de controlo total para a
classe dominante. Porquê apoiar essa loucura? Bem, primeiro, porque eles estão
sendo convencidos de que é verde e que ELES próprios estarão a controlar. E em
segundo lugar, eles têm opções limitadas. De certa forma, a influência das
políticas de Reagan são evidentes aqui. A destruição dos sindicatos juntamente
com a perda da educação pública produziu o "indivíduo" solitário e
isolado sem raízes da América contemporânea. E a total ausência de um
verdadeiro partido de esquerda. Isto também é verdade para grande parte da
Europa. Aqui na Noruega, o uso de máscaras é obrigatório nas zonas vermelhas de
"alto risco". E não se pode atravessar a fronteira com a Suécia. Vejo
enormes sinais de estresse nas crianças. Até nos meus filhos. E eles são
jovens. Ninguém se sente feliz. O isolamento não promove felicidade. (…) Tudo reside na percepção. Peguemos numa das maiores ONGs
em todo o New Deal for Nature, a Conservation International. Essa gente trabalha
com a WWF, com o Clube de Roma e com o We Mean Business. Tudo negócios muito
ricos. Agora a Conservation International também financia os filmes de Greta
Thunberg. Eis o seu conselho de administração: o Northrup Grummon dá cartas na
indústria de defesa, a indústria que acabou de receber cerca de um trilião de
dólares do governo dos EUA; a Riverstone
Holdings é uma empresa de ‘private equity’ focada em aquisições alavancadas; a Arnhold
LLC é uma empresa de gestão de investimentos. Estão a imaginar. É esta gente que ajudou a aumentar a desigualdade, ajudou
a destruir o meio ambiente e ajudou a saquear os bens de muitos países. O
cinismo é bradar aos céus, mas muitas pessoas apenas vêem Greta, vêem um novo
acordo verde e presumem que esta ONG é um empreendimento ecológico inocente e
bem intencionado. Por que será que de repente esta gente saiu da toca para
salvar o planeta? Bem, eles podem pensar que estão a salvar o planeta, mas não para
você e para mim. Para eles mesmos. (…)» John Steppling, Antecâmara da nossa própria extinção - DissidentVoice.
Bill Gates é neste momento o maior proprietário privado
de terras agrícolas nos EUA. Segundo o The Land Report, Gates construiu um
enorme portfólio de terras agrícolas em 18 estados. As suas maiores
propriedades estão no Louisiana (69.071 acres), Arkansas (47.927 acres) e
Nebraska (20.588 acres). Além disso, tem uma participação em 25.750 acres de
terra de transição no lado oeste de Phoenix, Arizona, que está a ser
desenvolvida como um novo subúrbio. A gestão é terceirizada pela Cascade
Investments, o veículo de investimento pessoal de Gates. Os outros
investimentos da Cascade incluem a empresa de segurança alimentar Ecolab, a
retalhista de carros usados Vroom e a Canadian National Railway. Ariel Shapiro, Forbes.
Anteontem silenciaram, amordaçaram e prenderam Assange
por denunciar crimes de guerra. Assobiou-se para o lado porque não era nada
connosco. Ontem silenciaram, amordaçaram e prenderam Rui Pinto por
divulgar esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro no futebol. Trituraram-no
por cometer ilegalidades no acesso às fontes. Hoje a nossa polícia espia jornalistas que investigam
esquemas de corrupção no Benfica. Cai o Carmo e a Trindade, aqui del Rei que
querem silenciar, amordaçar, censurar jornalistas. Isto a propósito do editorial de Ana Sá Lopes
no Público de 15jan2021: «(…) Há 16 anos, um Presidente da República (Jorge
Sampaio) concedeu uma audiência formal em Belém a um comentador político que
tinha sido despedido da estação onde trabalhava, a TVI. A estação era privada,
mas havia fundadas suspeitas de que a dispensa do comentador tinha sido feita
por motivos políticos — o Governo acusava o comentador de “destilar ódio” e
tinha chegado a exigir que tais opiniões tivessem “contraditório”. O comentador
em causa chamava-se Marcelo Rebelo de Sousa. “Há novas formas de censura em
Portugal”, comentava, por esses dias, Sampaio. Marcelo é hoje Presidente da
República e tem que se pronunciar sobre este inqualificável ataque à liberdade
de imprensa.(…)»
“Ninguém nos levou a sério”: policias negros alertaram
sobre policias racistas do Capitólio durante anos. Não são novidade as acusações de racismo contra a Polícia
do Capitólio: mais de 250 policias negros processaram o departamento desde
2001. Alguns desses ex-policias dizem que não é surpresa que nacionalistas
brancos tenham conseguido invadir o edifício. Joshua Kaplan e Joaquin Sapien,
ProPublica.
«(…) Grant Shapps decide suspender os voos de Portugal
para o Reino Unido. Quem é Grant Shapps? (…) é o ministro dos Transportes
britânico. Para mais, disse num tweet, Portugal fica banido por causa das
nossas relações estreitas com o Brasil. Sim, sabe-se lá quantos sabichões
brasileiros com saudades da mostarda da Colman’s não terão pensado dar um pulo
a Portugal para poder dar o salto final para a Inglaterra? Por mim honra-me que
o ministro dos Transportes do Reino Unido pense em Portugal quando pensa no
Brasil. Mas, mesmo assim, não poderá Portugal suspender os voos do Reino Unido atendendo
às relações estreitas daquele pária com os EUA?» Miguel Esteves Cardoso, Mais
uma desfeita – Público 15jan2021.
«(…) E este candidato presidencial que é um produto
quimicamente puro do sistema, fazendo uma carreira estelar dentro do sistema,
fundando um partido político para ser do sistema, mostrando o currículo com a
educação superior e estrangeirada do sistema como um emblema de supremacia de
classe e que lhe diz que o ódio é a solução e que o país está dominado por
pedófilos, e que é preciso invadir parlamentos e semear a anarquia, acha que
vai votar nele? E naquele fato engomado de fascista com botões de punho com uma
suástica disfarçada de espiral da vida? Acha que o argumento político pindérico
é a marca de água do ser contra o sistema? Acha que os bandidos e primitivos
armados que invadiram o Capitólio e o Reichstag são contra o sistema? E que
defendem os que foram traídos pelo sistema? Que o defendem a si? Tenha juízo.
Eles são, na ausência de escrúpulos e de ideologia, na ausência de humanidade e
de compaixão, na sede ignorante de poder e dominação, no amor da política
absoluta e da violência criminosa, o subproduto do sistema. A espuma negra do
sistema, o resíduo tóxico e radioativo que deve ser incinerado e disposto
longe. Se for enterrado, envenena a terra. E lá se envenenam as cenouras e as
lentilhas da vida saudável.» Clara Ferreira Alves, Você é do sistema? –
Expresso 15jan2021.
Bolsonaro e Crivella inauguraram colégio militar, mas os
equipamentos foram retirados logo depois Mesas cadeiras, microscópios, tubos de ensaio e outros
equipamentos de laboratório, tudo foi retirado logo após os dois irem embora. Julinho Bittencourt, Forum.
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