Bico calado
- Dez vacinas Covid-19 estão na última fase de testes
clínicos em todo o mundo e mais de 180 países comprometeram-se a participar na
COVAX, uma iniciativa internacional que visa garantir o acesso global equitativo
às vacinas Covid-19, informou o cientista-chefe da OMS, Dr. Soumya Swaminathan.
Press TV.
- Joe Berardo está a transformar um edifício, situado na
Reserva do Parque Natural da Arrábida, num palácio sem ter licença para as
obras, que decorrem há cerca de ano e meio. Além disso, o ICNF deu parecer
negativo às alterações. Apesar disso as obras continuam, sem que tenham sido
travadas. Já não é a primeira vez que Berardo é associado a obras ilegais. JJM,
Público.
- Mais de uma dezena de jovens investigadores visitantes da
China viram os seus vistos cancelados abruptamente através de uma carta da
administração da Universidade do Norte do Texas, Denton, em 26 de agosto. A
carta informava os alunos que eles poderiam regressar aos seus alojamentos no
campus para reaverem os seus pertences, estando todos os outros acessos
encerrados para eles. Os alunos e bolsistas não receberam qualquere explicação.
Ficaram sem base legal para
permanecer nos EUA. John V. Walsh, O racismo anti-chinês prepara o
cenário para um novo macartismo - Dissidente Voice.
- Novos documentos revelam como a indústria agropecuária
norte-americana monitoriza e castiga os seus críticos. Glenn Greenwald,
The Intercept.
- «(…) Quando os jornalistas pressionam os seus sindicatos
não para exigir melhores salários, melhores benefícios, maior segurança no
emprego ou maior independência jornalística, mas como um instrumento para
censurar os seus próprios colegas jornalistas, o conceito de sindicato - e
jornalismo - é totalmente pervertido. (,,,) Se você está ansioso para reduzir
os limites da expressão, por que escolheu o jornalismo de entre tantas outras
opções de trabalho? É como alguém que acredita que a viagem espacial é um
desperdício de recursos imoral e opta por se tornar um astronauta da NASA.(…)» Glenn
Greenwald, The Intercept, a propósito da campanha de crítica e atitudes censórias
do sindicato de jornalistas do NYTimes em relação a um texto de Bret Stephens
no NYTImes de 9out2020 defendendo que a verdadeira data de nascimento do país
não é 1776, como há muito se acredita, mas sim o final de 1619, quando os
primeiros escravos africanos chegaram ao solo dos EUA.
- «(…) Para Antero, as principais causas da decadência refletem-se
nos três grandes aspetos da vida social: o pensamento, a política e o trabalho.
A primeira, já referida (o Concílio de Trento), é analisada em grande detalhe. (…) Para
Antero o resultado resume-se à ideia de que, sendo o cristianismo sobretudo um
sentimento, o catolicismo fortalece a instituição. “Um vive da fé e da
inspiração: o outro do dogma e da disciplina.” Para impor a Igreja de Roma, o cristianismo era sacrificado. E não poupa os jesuítas.
“D. Sebastião, o discípulo dos jesuítas, vai morrer nos areais de África pela
fé católica, não pela nação portuguesa.” A segunda foi o estabelecimento do
absolutismo. “O poder absoluto assenta-se sobre a ruína das instituições
locais.” Forçando e “acostumando o povo a servir, habituando-o à inércia de
quem espera tudo de cima... quebrou a energia das vontades, adormeceu a iniciativa”.
Tomando como exemplo um dos grandes desastres desse período,
acrescenta: “Se Filipe II não fosse absoluto, jamais teria podido tentar o seu
absurdo projeto de conquistar a Inglaterra, não teria feito sepultar nas águas
do oceano com a invencível armada milhares de vidas e um capital prodigioso
inteiramente perdido.” A terceira causa, as Conquistas, foi de caráter
essencialmente económico. A procura da glória e fortuna “fáceis” transformou os
agricultores em soldados e aventureiros, despovoou as terras e destruiu a
agricultura. Escravizou povos, destruiu civilizações e a riqueza que produziu
foi efémera. [Antero do Quental] termina o seu discurso apelando à “renovação
incessante da humanidade pelos recursos inesgotáveis do seu pensamento, sempre
inspirado”, lutando por uma revolução, vista como “um verbo de paz, por que é o
verbo humano por excelência”. Em 1871 esta mensagem era revolucionária. Mas
pouco ou nada mudou até os peninsulares se libertarem das longas ditaduras a que
foram sujeitos. Afinal, foram quatro séculos de atraso. Já em democracia e
integrados numa Europa baseada na liberdade e no conhecimento, ficamos
surpreendidos com a recuperação das últimas quatro décadas. Apesar de ainda
frágil, foi possível. Num momento em que os fundamentalismos religiosos, políticos e económicos
crescem por todo o lado, os alertas de Antero continuam a ser mais do que pertinentes.»
Alexandre Quintanilha, Afinal foram quatro séculos - Público 14out2020.
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