Populares abraçaram-se a um plátano na avenida do Cabedelo, Viana do Castelo, para impedir o abate de árvores previsto na obra de acessos ao porto de mar, perante a tentativa de corte de árvores esboçada por trabalhadores contratados para o efeito.
Anteriormente, numa associação de moradores avançara com um embargo extrajudicial da empreitada. «O embargo extrajudicial de obra faz-se numa fase inicial, de forma informal, mas tem efeitos imediatos e suspensivos. O encarregado da obra foi informado e se desobedecer incorre na prática de um crime. No prazo de 5 dias, iremos interpor uma ação junto do tribunal administrativo e fiscal de Braga», explicou a advogada, residente em Darque. Os agentes da PSP presentes no local informaram o encarregado da obra desse procedimento jurídico, mas cerca das 10:18 os trabalhadores tentaram iniciar os trabalhos, tendo sido impedidos pelos populares que se abraçaram à árvore.
Só depois é que a Câmara de Viana veio explicar, através da Lusa, que a obra pretende "atrair novas atividades económicas para a área de influência do Porto, reduzir os custos operacionais inerentes aos tempos de ligação rodoviária do Porto aos principais polos de atividade, reduzir o ruído e as emissões poluentes, aumentar a segurança da circulação, e contribuir para o descongestionamento da circulação rodoviária, retirando o tráfego pesado das vias urbanas".
Com o objetivo de "minimizar o impacto" daquele derrube de árvores, a autarquia prevê investir 30 mil euros na plantação de 200 árvores resinosas e folhosas autóctones com grande capacidade de reserva de carbono, como é o caso do pinheiro-bravo e do sobreiro, nos próximos dois anos em várias áreas do Cabedelo. O objetivo desta ação "é repor, mas também reforçar, a capacidade de sequestro de CO2 naquele território e contribuir também para a melhoria do aspeto cénico, conforto climático e dos locais que podem ser usufruídos", sustentou a câmara, liderada pelo socialista José Maria Costa. TVI24.
Vai muito mal uma autarquia que só comunica com os cidadãos de modo claro e direto e mostra alguma transparência quando pressionada judicialmente. Fica mesmo muito mal. A Democracia não tolera atos de arrogância como estes. Em Viana do Castelo, estiveram muito bem os vizinhos, apoiados por uma cidadã, advogada, exemplar.
Em Espinho, a Câmara tem tido todo o tempo e espaço para fazer coisas semelhantes. Tudo porque os poucos cidadãos que ousavam criticar situações e sugerir soluções parecem ter esgotado a energia e paciência para continuar a pugnar por um concelho melhor. Tudo porque a maioria dos espinhenses se fartou da pesporrência e malfeitorias do executivo camarário de maioria social-democrata, só fazendo ruído perante factos consumados.
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