sexta-feira, 17 de julho de 2020

Reflexão: «Estado compensará a diferença de rendimento entre plantar eucaliptos e plantar carvalhos»


«O Estado compensará a diferença de rendimento entre plantar eucaliptos e plantar carvalhos» afirmou o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, à Rádio Renascença, em entrevista a João Carlos Malta.

A dificuldade de implementar políticas duradoiras, o combate à redução da área de eucalipto, o emparcelamento, o cadastro dos terrenos e a taxa de celulose são alguns dos temas esmiuçados na entrevista. João Matos Fernandes admite que a reforma da floresta é um tema que dentro do executivo é mais difícil ter uma voz, porque se localiza no interior onde há menos eleitores. Confirma que a Covid-19 está a atrasar as candidaturas para a mudança da paisagem florestal do país, em que prolifera o eucalipto. 
«Não podemos olhar a árvore pelo tronco, temos de olhar pela copa, que é aí que se faz a fotossíntese. Olhar para o tronco é pensar exclusivamente no valor de mercado da madeira, olhar pela copa é perceber o sentido público e o valor público que uma árvore tem, que é a capacidade de sequestrar carbono e que é fundamental para os propósitos a que este Governo se abalançou. Não faz sentido também olhar para a floresta como sendo um conjunto de árvores. A floresta é a raiz da biodiversidade, do ar puro, da boa água que bebemos. Há um bem público associado à floresta que estava por reconhecer e que tem de ter uma tradução de mercado, e só o ministério do Ambiente o podia fazer e garantir», disse o ministro.

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