Recortes de notícias ambientais e outras que tais, com alguma crítica e reflexão. Sem publicidade e sem patrocínios públicos ou privados. Desde janeiro de 2004.
quarta-feira, 24 de junho de 2020
Bico calado
«Ao olhar para o que sucedeu no caso BES/GES, é imprescindível observar a génese, o desenvolvimento, os fluxos e refluxos, a nacionalização em 75, a privatização em 91, o crescimento sem limites e com o apoio das políticas de sucessivos Governos, a promiscuidade com outras grandes empresas de dimensão nacional e internacional, a ramificação tentacular do grupo por vários sectores de actividade.»
Razão para a paragem de 7 meses nas obras do parque de estacionamento subterrâneo [na Alameda, Espinho], segundo versão oficial veiculada pelo Maré Viva: «A falta de mapeamento das diversas tubagens, com especial incidência no cruzamento da rua 23 com a rua 8 foi um dos problemas técnicos que acabaram por atrasar todo o processo.»
«A Grã-Bretanha é o "país mais corrupto do mundo", diz Roberto Saviano, especialista em máfia. 90% dos proprietários de capital em Londres têm as suas sedes emparaísos fiscais. Jersey e as Ilhas Cayman são os portões de acesso ao capital criminal na Europa e o Reino Unido é o país que permite isso.» Jamie Bullen, in Evening Standard.
Famílias pobres não levantaram computadores emprestados com medo do custo em caso de avaria. Pior: ME não fez levantamento destas situações "uma vez que esses meios foram disponibilizados maioritariamente pelas autarquias. DN 22jun2020.
«Fábrica de carne deve ser responsabilizada pelo surto de Covid-19, diz ministro alemão. Hubertus Heil, ministro do Trabalho, diz que a região de Gütersloh foi tomada como refém pela falha dos proprietários em proteger os seus 1.500 trabalhadores trabalhadores, a maioria dos quais da Roménia e da Bulgária.» The Guardian.
John Bolton está contando a verdade, mas não podemos esquecer da sua carreira terrível e perigosa. Jon Schwarz, in The Intercept.
Suketu Meta (9): «Percebi isso quando fui a Bhopal em 1995 para relatar o que acontecera àquela cidade indiana onze anos depois da catástrofe feita pela América. Uma fábrica de pesticidas pertencente à empresa química Union Carbide, sedeada nos EUA, explodiu e expeliu uma enorme nuvem de gás venenoso que pairou sobre a cidade, logo após a empresa ter desativado os mecanismos de segurança para economizar dinheiro. A nuvem de gás matou mais de 20.000 pessoas e mutilou meio milhão, com defeitos genéticos nos filhos dos sobreviventes que continuam na geração atual. A Carbide safou-se de assassinato porque era uma multinacional. Atribuiu responsabilidades à sua representante na Índia e depois desapareceu. Ela não podia ser processada nos Estados Unidos, e os Estados Unidos recusaram-se a extraditar o presidente da Carbide, Warren Anderson, procurado por acusações de homicídio doloso na Índia. Ele viveu uma longa vida nos Hamptons e morreu em paz em Vero Beach, Flórida, enquanto as suas vítimas continuavam a tentar sobreviver com os pulmões e os olhos danificados nos bairros de lata de Bhopal.» Suketu Mehta, This land is our land – an immigrant’s manifesto – Penguin 2019.
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