Bico calado
- Enfermeiras norte-americanas manifestaram-se em Los Angeles para pedir uma melhor proteção na luta contra o coronavírus, alertando que os chefes médicos não aprenderam com as anteriores crises mundiais de saúde. AFP.
- «(…) Num sistema funcional, grande parte da preparação e troca de mensagens teria sido realizada pelo CDC (Centers for Desease Control and Prevention). Mas optou-se por não adotar os kits de teste COVID-19 da Organização Mundial da Saúde - armazenando milhões deles nos meses que entre a primeira chegada do coronavírus à China eo seu aparecimento generalizado aqui - mas tentando desenvolver o nosso próprio teste. Por quê? Não está claro. Mas eles também confundiram esse projeto, deixando de produzir um teste confiável e atrasando em algumas semanas o início de qualquer programa abrangente de testes (…) Nesse vácuo, entrou a Fundação Gates e a Amazon, que estão a tentar oferecer capacidade de teste em larga escala, pelo menos em Seattle. Mas em que universo terrível e disfuncional vivemos que foi preciso que empresas privadas e filantropos fornecessem o suporte médico necessário num período de pandemia americana? (…) há uma capacidade de teste pateticamente inadequada, de modo que mesmo os pacientes com sintomas obviamente preocupantes estão a ser rejeitados. Mesmo aqueles que estão sendo testados precisam esperar pelo menos vários dias pelos resultados; no Senegal, onde o rendimento per capita é inferior a US $ 3.000, eles obtêm resultados em quatro horas. Que tipo de sociedade se comporta dessa maneira, com uma completa falta de orientação institucional e propósito coordenado, sujeitando os vulneráveis e assustados aos terrores da doença pandémica? A América, aparentemente.» David Wallace-Wells, in America Is Broken – New York Magazine.
- Nos EUA, as gigantes farmacêuticas salivam perante mais uma excelente oportunidade de poderem faturar biliões à custa desta nova epidemia do Coronavírus. Há largas dezenas de anos que têm beneficiado de biliões de dólares em subsídios públicos. E são sempre elas que estipulam os preços dos medicamentos. Compra quem tem dinheiro. OS pormenores estão todos aqui, neste aritgo de Sharon Lerner, na The Intercept.
- O Porto Canal noticiou a primeira morte causada pela doença do momento (COVID-19). A Direcção-Geral de Saúde desmentiu. E o Porto Canal diz agora que «Esta notícia não existe».
- “Vejo as empresas a deixarem os seus trabalhadores escolher práticas de teletrabalho, quando não mesmo a encorajá-las. Vejo instituições a cancelar viagens e substituí-las por videoconferências. Vejo escolas a prepararem a grande velocidade dispositivos que estão disponíveis, mas eram subutilizados, para ensino a distância. O coronavírus está a dar-nos incentivos para agir de modo mais adequado ao necessário para avançarmos para uma sociedade descarbonizada e otimizarmos o recurso a um modo de vida com uma pegada de carbono menor. O que eu estou a aprender é que em muitos domínios já estamos preparados para isso e é o conforto do nosso modo de vida que nos está a impedir de o fazer. Oxalá, quando o vírus se for embora fique na organização das nossas vidas algo deste plano de contingência. Porque se continuarmos com o modo de vida anterior, sobrevivemos ao coronavírus mas o planeta não nos sobrevive a nós.” Paulo Pedroso, in O coronavírus, o medo e algumas ideias que podíamos aproveitar – DN 13ma32020.
- Documentos recolhidos pela polícia lançam luz sobre o assassinato de um jornalista eslovaco. Mostram como Marian Kočner, - o empresário milionário em julgamento pelo assassinato -, escapou à acusação durante décadas, graças às suas ligações com a polícia. OCCRP.
- Para comemorar o Dia Mundial Contra a Censura na Internete (12 de março), a Repórteres Sem Fronteiras apresenta uma lista dos 20 piores predadores digitais da liberdade de imprensa deste 2020: empresas e órgãos governamentais que usam tecnologia digital para espiar e assediar jornalistas e, portanto, comprometer a capacidade dos jornalistas de receber notícias e informações. RSF.
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