sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Bico calado

  • «Helder Bataglia, presidente da empresa ESCOM (vendida à SONANGOL), num negócio de 27 milhões - compra de submarinos aos alemães - desviou 21 milhões. Ou seja, cerca de 80%. A isto chama-se administração danosa, o que é crime. No entanto, até hoje a Justiça portuguesa nunca o acusou. O negócio em questão não era, aliás, um qualquer. Consistia na assessoria à empresa que vendeu submarinos a Portugal, a Ferrostal, em matéria das contrapartidas ao estado português. Estas seriam a compensação à economia nacional decorrente da venda deste material militar. Pois a assessoria terá sido tão boa que as contrapartidas ainda não apareceram. Dos 27 milhões facturados, Bataglia desviou 16 milhões para a administração e accionistas da Escom e mais cinco para os Espírito Santo. Prejudicou objectivamente a Escom que, com problemas financeiros insolúveis, acabou por ser vendida à SONANGOL. BATAGLIA afirmou ainda em tempos que os problemas da Escom resultaram de perdas com as explorações de diamantes em Angola. Conseguir ter prejuízos a vender diamantes é obra, o que só se consegue justificar por gestão danosa. Com sobranceria, Bataglia ainda se assume como precursor das relações económicas entre Angola e China. Mas oculta que o seu parceiro nesta aproximação à China, Sam Pa (entretanto preso na China), então presidente da China Sonangol, está na lista de alvos de sanções económicas dos EUA, por promover a corrupção no tráfico de diamantes. Uma peça importante para se perceber o LUANDA LEAKS (fase 2).» Paulo de Morais.
  • «Ainda ninguém ouviu de André Ventura ou de Francisco Rodrigues dos Santos uma única ideia sobre o Serviço Nacional de Saúde, a crise demográfica ou as alterações climáticas. Mas ao nível do insulto, das piadas e do discurso populista, a competição à direita promete ficar renhida.» Anselmo Crespo, DN.
  • Em março de 2019, um diretor da Uber Austrália afirmou que a Uber aceitou reformas anti-tributárias da OCDE para multinacionais e reconheceu que a empresa enfrentaria "impostos adicionais". O que ele não disse foi que a Uber estava a transferir ativos das Bermudas para a Holanda para criar uma dedução de impostos de 6,1 biliões de dólares. Marcus Reubenstein investigou para a Michael West Media.

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