segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Bico calado

  • «Salgado esconde 138 obras de arte em armazém. Joana Amaral Dias: 30 mil milhões de euros depois, em Portugal não há um único banqueiro preso.» CM.
  • «O Banco de Portugal não contestou a idoneidade de Ricardo Salgado no BES, em 2014. Nem pôs em causa a idoneidade de Isabel dos Santos e Teixeira dos Santos, no Eurobic em 2020. Nem tão pouco da Sonangol, segundo maior accionista do BCP, em 2020. Os critérios do Governador são de banda larga. Um Governador demasiado distraído.. mas mantém o lugar, se calhar por isso mesmo. Afinal um salário de 16926.82 Euros (por mês) parece justificar qualquer distração. No BdP, ninguém larga a cadeira.» Paulo de Morais.
  • «(…) Ver Davos desconvidá-la, depois de se ter feito pagar bem pelo convite que lhe havia feito para intervir na qualidade de grande empresária internacional, mostra bem o estofo moral da elite do mundo. Ver o seu próprio banco, cúmplice nos seus desvios de fundos de dinheiro de Angola para o seu bolso, vir agora “cortar relações comerciais” com as suas empresas, continuando todos sentadinhos nos seus lugares lá no banco, prova que há gente que nem de si própria tem vergonha. Mas é a gente dela, é o mundo dela, são os valores dela. São os guardiões do mais desprezível dos bezerros de ouro: o dinheiro sujo que todos eles sempre souberem ser o dela. Dinheiro roubado a angolanos que morreram por falta de medicamentos nos hospitais, que morreram de fome num país com condições para alimentar de sobra toda a sua gente, que viveram miseráveis todos estes anos, sugados por um regime afogado em lençóis de petróleo e diamantes, cujas receitas, durante anos a fio, nem sequer entravam no Orçamento do Estado. Iam directamente para os bolsos da “grande família”, dos generais e da clique que em Luanda os apoiava, sobrando abundantes restos para os que, em Portugal e não só, lhes forneceram o indispensável know how financeiro, bancário, jurídico e organizativo para se transformarem de salteadores de estrada em respeitáveis empresários internacionais com entrada garantida em Davos.(…)» Miguel Sousa Tavares, in Tudo tão irritantemente previsível – Expresso 25jan2020.
  • «Chega a ser constrangedor ver exatamente as mesmas pessoas que vociferam contra Rui Pinto agora baterem palmas à divulgação de informações que terão uma proveniência muito similar. (…) as informações conhecidas por Luanda Leaks estão a servir para que, pelo menos em Portugal, os tribunais e os organismos reguladores estejam a investigar, situações, digamos assim, aparentemente anómalas. Já Rui Pinto está preso e os únicos processos que estão a ser instruídos e os atos pelos quais foi acusado são os que dizem respeito aos crimes que ele cometeu. Iguais aos que, com certeza, cometeram os hackers do Luanda Leaks. Aliás, não sabemos se Rui Pinto está envolvido ou não na recolha da informação que o consórcio de jornalistas está a divulgar. Se estiver, gostava muito de saber qual é o critério dos tribunais para investigar uns e não investigar outros.» Pedro Marques Lopes.
  • Em 2009, um deputado que recusava a venda da GALP a José Eduardo dos Santos e a Américo Amorim. Francisco Louçã, Momento Zen/SIC.
  • A Associated Press retirou Vanessa Nakate (negra) de uma foto tirada com um grupo de ativistas (brancas) em Davos. A «desculpa» não poderia ser mais esfarrapada: «O fotógrafo estava a tentar tirar uma foto rapidamente, num prazo apertado, e fez o recorte por motivos de composição, por considerar que  o prédio ao fundo era perturbador.» Via Visão.
  • Ministério Público constituiu 74 arguidos, 59 dos quais autarcas e ex-autarcas de 47 câmaras do Norte e Centro, no processo da investigação às Lojas Interativas da Turismo do Porto e Norte, realizada no âmbito da Operação Éter. Lusa/Expresso.
  • A Samherji, uma empresa de pescas islandesa, vai retirar-se da Namíbia após ver-se envolvida no Fishrot, um escândalo de suborno de políticos namibianos, como o ex-ministro da Justiça Sacky Shanghala e o ministro das Pescas Bernhard Esau. The Namibian.

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