quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Bico calado

  • Um armazém da Amazon em Seine-Saint-Denis, onde 50.000 pacotes são triados, foi privado de eletricidade durante a noite, após um corte reivindicado pela CGT. O sindicato denuncia as fracas condições locais de trabalho e a reforma das pensões. Le Parisien.
  • Apesar de constituir apenas 8% da população de Los Angeles, os negros americanos representam 42% dos sem abrigo. Isto não é um acidente: é o resultado de décadas de racismo estrutural calculado, segundo um relatório do New York Times publicado em 22 de dezembro, citado pela Mic.
  • «"É hoje pacífico", diz o acórdão nas conclusões, "que os jornalistas não têm apenas uma ampla latitude na formulação de juízos de valor sobre os políticos, como também na escolha do código linguístico empregado. Admite-se que possam recorrer a uma linguagem forte, dura, veemente, provocatória, polémica, metafórica, irónica, cáustica, sarcástica, imoderada e desagradável." E andamos nós a discutir como combater as fake news no Facebook. Afinal, diz-nos o Supremo Tribunal, o jornalismo não é uma profissão com regras, as notícias não têm de ser verdadeiras nem separadas das opiniões. E as opiniões, bem, desde que tenham políticos como objeto é fogo à vontade. Só uma pergunta: como este é um artigo de opinião e sou jornalista, posso dizer que estes acórdãos são criminosos, ou isso já será abusar da liberdade de expressão?» Fernanda Câncio, in O Supremo tabloideDN 21dez2019.
  • O suspeito de fornecer a bomba que matou a jornalista de investigação Daphne Caruana Galizia faz parte de um grupo que canalizou € 200.000 para um partido e fundação do Parlamento Europeu com ligações estreitas a Nigel Farage, revela o Byline Times. Outro membro desse grupo foi Ryan Schembri, primo direito do chefe de gabinete do primeiro-ministro de Malta, Keith Schembri, interrogado pela polícia por alegadamente ter ordenado o assassinato. Adrian Agius e Ryan Schembri controlavam ou eram diretores de empresas responsáveis pela grande maioria das doações à Aliança Europeia pela Liberdade (EAF) - um partido político pan-europeu de eurocéticos de direita - e a sua fundação, a Fundação Europeia da Liberdade (EFF). Caruana Galizia, assassinada em outubro de 2017, foi a primeira a descobrir a ligação entre Ryan Schembri, Adrian Agius e A Aliança Europeia pela Liberdade através de empresas listadas na publicação dos Panama Papers em 2016.

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