domingo, 29 de dezembro de 2019

Armando Silva Afonso: Cancelamento da barragem de Girabolhos facilitou cheias no Mondego

  • Sem a construção da barragem de Girabolhos, a montante da Aguieira, cancelada em 2016, será muito difícil travar a repetição de cheias no Mondego, defende o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Engenheiros. «Temos que deixar de olhar para as barragens associadas à energia, e olhar para as barragens com todas as suas funções, de regularização, de armazenamento de água, de controlo de cheias e penso que isso vai ser cada vez mais importante no futuro», afirmou Armando Silva Afonso. Entretanto, Alfeu Sá Marques, especialista em hidráulica pela Ordem dos Engenheiros, sublinha que a barragem de Girabolhos, projetada para uma zona que envolvia os concelhos de Gouveia, Seia, Mangualde e Nelas, adicionaria uma capacidade útil de regularização do Mondego de 245 hectómetros cúbicos de água (um hectómetro corresponde a mil milhões de litros), sendo que o rio tem neste momento uma capacidade de 365 hectómetros cúbicos, com as barragens de Fronhas, Raiva, Caldeirão e Aguieira. Caso se adicionasse à construção da barragem de Girabolhos a edificação de outras duas barragens projetadas para o Mondego (Midões e Asse Dasse), passaria a haver uma capacidade útil de 889 hectómetros. A barragem de Girabolhos integrava um conjunto de dez novas barragens do Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico, lançadas pelo Governo de José Sócrates, mas a sua construção foi cancelada em 2016, no primeiro Governo de António Costa, quando já tinha sido concessionada à Endesa. Jornal do Centro.  «Não podemos imaginar que vamos artificializar, para sempre, o leito dos rios e o seu curso», defendeu João Matos Fernandes, em resposta à Ordem dos Engenheiros do Centro, que defende a construção da barragem de Girabolhos, a montante da Aguieira, para travar a repetição das cheias no Mondego. «Regularização do caudal rio Ceira, um afluente do Mondego, em Coimbra, é a nossa aposta. Trata-se de um rio que corre livremente e que, com o apoio de fundos europeus, estamos a começar a regularizar, utilizando apenas métodos de engenharia natural. Trata-se do oposto daquilo que é fazer uma barragem e termos um rio com capacidade de diminuir afluência de caudais ao próprio rio Mondego», explicou.
  • Surgiram várias petições em Istambul contra um enorme projeto de canal defendido pelo presidente turco Tayyip Erdogan. O Kanal Istambul de 45 km proposto, localizado nas margens ocidentais da maior cidade da Turquia, ligaria o Mar Negro ao norte e o Mar de Mármara ao sul. Erdogan diz que facilitará o tráfego e evitará acidentes no estreito natural do Bósforo, uma das vias mais movimentadas do mundo, que atravessa a cidade. A Oposição e os ambientalistas dizem que o relatório de impacto ambiental, uma etapa fundamental para projetos de infraestrutura tão grandes, não esclarece adequadamente todos os problemas que o canal pode causar. Reuters.

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