É o pesticida nos nossos pratos, uma substância química tão omnipresente que está no ar que respiramos, na nossa água, no nosso solo e até mesmo encontramo-lo cada vez mais nos nossos próprios corpos. Conhecido como o Roundup da Monsanto pelos consumidores, e como glifosato pelos cientistas, o herbicida mais popular do mundo é usado em todo o lado, desde quintais a campos de golfe e milhões de hectares de terrenos agrícolas. Durante décadas, ele foi considerado suficientemente seguro para se beber, mas um corpo crescente de evidências indica exatamente o contrário, com a investigação a relacionar o produto químico ao cancro e a uma série de outras ameaças à saúde.
Em Whitewash, a jornalista Carey Gillam revela uma das estórias mais controversas da história da alimentação e da agricultura, expondo novas provas de pressão corporativa. Gillam apresenta-nos famílias de agricultores devastados por cancros, que eles acreditam ter sido causados pelo produto químico, e cientistas cujas reputações foram difamadas por publicarem investigações que contradizem os interesses comerciais da Monsanto. Ficamos a saber como se manipularam reguladores que aprovaram o produto químico, papagueando as garantias de segurança emitidas pela empresa, mesmo que permitissem resíduos mais altos do pesticida nos alimentos e ignorassem os testes de conformidade. E, em detalhes surpreendentes, Gillam revela comunicações secretas da indústria que desmascaram os esforços corporativos para manipular o público.
Whitewash é mais do que uma denúncia sobre os perigos de um produto químico ou mesmo sobre a influência de uma empresa. É uma estória de poder, de política e das consequências mortais de colocar os interesses corporativos à frente da segurança pública. A Society for Environmental Journalists diz que Gillam "critica fortemente uma das corporações mais poderosas do mundo e não se contenta, algo que legiões de outros jornalistas mostram relutância em fazer".
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