«O negócio da compra dos campos de golfe em S. Miguel é, somente, mais uma demonstração da gestão ruinosa com que o Governo Regional trata as empresas públicas regionais. (…) o governo manda uma empresa pública (Ilhas de Valor) ir à banca pedir dinheiro emprestado para comprar, por 6,6 milhões de euros, os campos de golfe da Batalha e das Furnas, que tinham sido vendidos há alguns anos por 9 milhões, mas que, na retoma, já tinham consumido à mesma empresa pública (Ilhas de Valor), que geriu os campos nestes últimos anos, cerca de 9 milhões de euros! (…)
O Governo Regional, que não tem vocação para gerir fábricas de açúcar, de conservas e muito menos campos de golfe, decidiu entregar os campos de S. Miguel à Oceânico, uma empresa irlandesa com interesses em campos de golfe no Algarve, que depois, em 2008, descobriu que não ia a lado nenhum com as condições impostas pela tutela regional, passando de imediato a bola para o grupo madeirense SIRAM (…) Prometeu de imediato construir um campo de golfe no Faial (…) A SIRAM, que veio a falir e obrigando o governo a retomar os campos, disse logo adeus ao Faial. (…) apenas entre 2010 e 2013, a exploração dos campos, nas mãos do governo regional, acumularam prejuízos de exploração de quase 3 milhões de euros, a somar a outros 3,6 milhões de dívida acumulada. (…) Pior, durante todos esses anos foi um tal acumular gente nos quadros da empresa, sem se perceber porquê (…) Em 2006 o governo prometia-nos outro campo de golfe em Santa Maria (…) foram atirados ao caixote de lixo mais de 1,3 milhões de euros na execução de estudos, levantamentos, projectos e publicitação. (…)»
Osvaldo Cabral, in O especialista em negócios de buracos – RTP Açores.
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