terça-feira, 18 de setembro de 2018

Bico calado

  • A jornalista Katie Hopkins disse um dia que os pobres com dívidas só podiam atribuir culpas a si mesmos. Ironicamente, acaba de se declarar insolvente para evitar a falência. The Guardian.
  • A Shell e a Eni enfrentam um dos maiores casos de corrupção na história da empresa num campo de petróleo nigeriano, conta o Independent.
  • «(…) Trump é completamente desprovido das qualidades para ser quase tudo o que não seja um apresentador de reality show (sim, Trump não foi um homem de negócios de sucesso como se repete vezes de mais…) e, muito menos, para ser o homem mais poderoso do mundo. É ignorante, presunçoso, impulsivo, preguiçoso, superficial, agressivo, instável, narcisista, amoral e desprovido de qualquer respeito pela democracia e a lei. Tem uma intuição sobre os conflitos, em particular sobre como provocá-los e como alimentar uma clientela com esses conflitos, mas o seu mundo é escasso, tal como a sua linguagem. Por onde passa deixa um rastro de ordens contraditórias, de frases sem sentido, de ameaças e de afirmação da força dos cobardes. Quando as coisas ficam negras, lá hasteia a bandeira para McCain, ou desdiz-se com o que disse com Putin. (…) » José Pacheco Pereira, in As soluções à pressaSábado.
  • «De um dia para o outro Pedrógão Grande transformou-se em Pedrógão Pequeno. Não foi um truque de magia: tratou-se, simplesmente, de destruir, sem piedade, um símbolo de solidariedade em nome da esperteza gananciosa. Algo que parece típico neste país. Quando face a tantas questões inquietantes sobre a validação dos processos das casas por reconstruir o presidente da câmara municipal local, Valdemar Alves, apenas diz: "Se punham lá primeira habitação, como podemos dizer à pessoa que não era?", que responder? Investigando, talvez. Num país em que, para tudo, o Estado pede certificados, comprovativos e demais papéis para satisfazer a sua burocracia, dar dinheiro de portugueses solidários para reconstruir casas sem verificação é algo que se faz levianamente? Pelos vistos, é. Só se comprova o que dá jeito. Portugal sempre foi um refém feliz da corrupção. O exemplo vem de cima porque Portugal é um país de desconfiados. Desconfiamos sempre dos suspeitos do costume. E dos outros. Os portugueses conseguem, ao mesmo tempo, desconfiar dos políticos, dos polícias, dos árbitros, dos professores e dos médicos. Em contrapartida há uma desconfiança muito mais sinistra. O Estado desconfia dos portugueses. Desconfia que estes não pagam impostos e que se esquecem de pagar o estacionamento. Investiga-os. Mas parece que isso só se aplica aos pacóvios. No que é importante verificar, o Estado esquece-se de o fazer. Ou cria condições para que isso não seja feito. Agora ninguém responsável sabe o que quer que seja. Não se compreende é como, num país que faz tanta filtragem, com medo de alguém estar a aldrabar o Estado, casas de segunda ou terceira habitação, ou simplesmente abandonadas, tenham sido abençoadas com dinheiro dos cidadãos crentes.(…)» Fernando Sobral, in Pedrógão Pequeno -  JNegócios, via Entre as brumas da memória.

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