quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Bico calado

  • «(…) Qualquer das oito notícias com que iniciei este texto poderia figurar na capa de um jornal ou fazer manchete no topo de um site de informação português: são relevantes, interessantes, dramáticas e curiosas. Não vi nada disso. Estas notícias têm mais proximidade aos interesses económicos, históricos e sociológicos dos portugueses do que qualquer tweet inconsequente de Donald Trump. Estas notícias dizem mais ao coração de centenas de milhares (milhões?) de imigrantes desses países que residem em Portugal, potenciais leitores de órgãos de comunicação social portugueses, do que qualquer manifestação contra imigrantes num país do centro da Europa. Estas notícias cumprem todas a regras editoriais que o jornalismo determina, porém, inexplicavelmente, nós, jornalistas, ignoramos ou reduzimos a sua importância à expressão mínima. Preferimos debater, com paixão anacrónica, o nome de um museu sobre a formação do império colonial português. Durante anos colaborei, alegremente, neste virar de costas do jornalismo português ao mundo da lusofonia. Agora sou obrigado a ver como fui tão burro e como é, desculpem, tão burro o jornalismo português.» Pedro Tadeu, in O jornalismo português é burro?DN 15ago2018.
  • Um executivo sénior do Facebook admitiu em privado que Mark Zuckerberg «está a borrifar-se» para os editores e avisou que, se eles não trabalhassem com a gigante das redes sociais, «eu estarei a pegar nas suas mãos com os vossos negócios moribundos como num lar». Facebook nega estes comentários, mas cinco pessoas que participaram na reunião à porta fechada em Sydney, - que contou com a presença de mais de 20 executivos de TV e editoras -, corroboraram para o The Australian que essa frase foi dita. Embora o Facebook tenha admitido que a reunião foi gravada, recusou-se a divulgar uma gravação completa dessa reunião.
  • A palavra «corrupção» desapareceu do novo código de conduta da FIFA. Em seu lugar apareceu o conceito de «difamação», ao abrigo do qual todo o tipo de críticas públicas estará proibido sob pena de expulsão. AP.

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