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- «(…) Por uma vez, vou até elogiar o deputado do PAN, André Silva: ele foi o único, na AR, que se atreveu a dizer o que ninguém mais tem coragem de dizer: que aquelas três empresas, que só sobrevivem matando um rio, poluindo a atmosfera todos os dias e destruindo a beleza natural de uma paisagem lindíssima, deveriam ser encerradas e os seus administradores, culpados de um verdadeiro crime ambiental e que revelaram um absoluto desprezo pelo interesse público e pela saúde alheia, deveriam ser metidos na prisão. Como se estivesse perante uma piada e não perante uma verdade inconveniente, António Costa respondeu-lhe com uma sobranceria equivalente ao desprezo com que os socialistas sempre olharam para as questões do Ambiente, chamando Projectos PIN a urbanizações em terrenos da Reserva Agrícola e “espaços verdes” a campos de golfe em zonas da Reserva Ecológica Nacional. Para eles, o que distingue a sua política do Ambiente da do PSD e do CDS, é criarem um Ministério e não apenas uma Secretaria de Estado — mesmo que lá enfiem apenas meio ministro. Já para a direita, basta soltar 57 supostos linces da Malcata na Serra de Mértola (cada um dos quais custará ao Estado muito mais do que eu custarei ao longo de toda a minha vida, como já aqui expliquei), e pronto, pode compensar-se com mais uns milhares de metros quadrados de construção autorizados para as arribas do Algarve. (…)» Miguel Sousa Tavares, in Quem se atreve – Expresso 10fev2018, via A estátua de sal.
- «(…) que dizer do facto de um jornalista da revista, aparentemente acompanhado de um fotógrafo, ter andado a seguir os últimos cinco dias de Rui Rangel, antes de ser despoletada a ‘Operação Lex’, fotografando-o a sair de casa, a entrar no Tribunal da Relação, a sair para um jogo de futebol com amigos, a embarcar no carro na garagem do condomínio, etc.? A PJ ou o MP agora fazem vigilâncias a suspeitos em conjunto com jornalistas da Cofina ou fornecem-lhes “em exclusivo” o material dessas vigilâncias? Independentemente dos suspeitos em causa, com quem eu não gastaria um jantar (mas isso não vem ao caso), muito gostaria de saber se o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, o director nacional da PJ, a PGR, o Conselho Superior do Ministério Público, não acham seu dever dizer uma palavrinha sobre o assunto? Ou já nada os envergonha? E, se já nada os envergonha, o que devemos esperar a seguir?» Miguel Sousa Tavares, in Quem se atreve – Expresso 10fev2018, via A estátua de sal.
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