A Bolívia continua a não avaliar impactos ambientais do rali Dakar. Pior: os responsáveis fazem orelhas de mercador às recomendações do Consejo Federal de Medio Ambiente (Cofema) para que nenhum itinerário passe por áreas protegidas. Sintomaticamente, os responsáveis pelo Ambiente a nível regional e nacional estão de férias.
Já o ano passado o rali passara pelo Parque Nacional Los Cardones apesar do alerta da Cofema. Tentando suavizar o problema, uma técnica disse que os estudos de impacto ambiental tinham sido feitos própria empresa organizadora, a Amaury Sport Organization!
«Este rali tem um enorme impacto ambiental sobre o solo, a flora e a fauna, e não traz qualquer benefício», afirma Lucio Yazlle, engenheiro agrónomo e professor de Engenharia em Recursos Naturais da UNSa. «Muitos dos territórios por onde o rali passa são virgens. Isto é uma brincadeira para os ricos e nós somos espetadores do mal que se está a fazer ao Ambiente. Isto é uma questão elitista, que causa enormes transtornos à população porque se cortam estradas e ruas para facilitar o exibicionismo dos ricos», sublinha. La Gaceta Salta.
Em 2014, o rali Dakar correu o perigo de ser bloqueado por comunidades de zonas montanhosas da Bolívia. Tudo porque o governo não lhes respondeu a uma simples pergunta: qual o impacto ambiental da corrida sobre as suas terras.
O problema já é velho: em 2013, organizações ecológicas e de defesa do património da Argentina, do Chile e do Perú tinham solicitado aos seus governos a avaliação dos danos causados pela edição anterior do rali Dakar, que se disputara em estradas destes três países.
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