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- O Rio Paiva é considerado um dos rios mais bem conservados e menos poluídos da Europa. Classificado como Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000, é um curso de água com cerca de 110 km que atravessa os Distritos de Viseu e Aveiro, muito acarinhado pelas populações locais e de grande valor ecológico e cultural. É ainda uma importante fonte de abastecimento de água e espaço com excelentes condições para a prática de desportos de aventura e de turismo de natureza. No Verão é muito procurado pelas populações locais para a prática balnear. Nas últimas décadas o mau funcionamento de algumas ETARs, as descargas poluentes pontuais no rio e seus afluentes e o avanço das monoculturas de eucaliptos e consequentes incêndios, têm ameaçado seriamente este curso de água único e habitat de várias espécies protegidas por Convenções Internacionais. A investigação da origem das descargas poluentes tem envolvido as populações locais, organizações não-governamentais, autarquias e autoridades, mas a falta de meios (técnicos e humanos) e a organização administrativa do território, dificultam e algumas vezes impossibilitam, a detecção atempada da origem da poluição. Por isso os cidadãos abaixo assinados solicitam ao Governo a adopção urgente de medidas de fiscalização e punição de todo o tipo de descargas poluentes no vale do Paiva, bem como de medidas adequadas de ordenamento do território, que garantam a afectiva protecção deste património.
- Há quem critique a localização da nova ETAR de Faro-Olhão, cuja obra vai ser adjudicada em meados de abril, conforme foi anunciado por Carlos Martins, secretário de estado do ambiente e anterior presidente da Aguas do Algarve. Tudo porque, em vez das águas residuais tratadas poderem ser aproveitadas pela agricultura, elas vão ser largadas no mar, a alguma distância da costa, privando a agricultura de nutrientes ricos. A Ria vai, por isso continuar a ser poluída, com prejuízos garantidos para a atividade conquícola. Aplicados na agricultura, o fósforo e o azoto são fertilizantes, mas lançados na Ria estimulam o desenvolvimento descontrolado das algas marinhas, nomeadamente do fitoplâncton, que no seu processo de decomposição, consome o pouco oxigénio dissolvido na água. A matéria orgânica em suspensão, para além de provocar a turbidez das aguas da Ria, impedindo por essa via a vida que as plantas de fundo realizem a fotossíntese, condenando-as ao desaparecimento, é ainda o meio adequado à proliferação do Perkinsus atlanticus, o principal causador da patologia da ameijoa e sua consequente morte. Tudo isto está a acontecer porque, diz o Olhão Livre, a APA não soube ou não quis promover um debate público sério sobre a situação, tendo apenas participado «um conjunto de entidades, nenhuma delas sediada no Algarve, mas ignorou por completo as associações de produtores de ameijoa, prosseguindo o objetivo essencial da União Europeia de destruição do que resta do nosso sector produtivo, e correr com os indígenas locais do seu habitat.»
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