Imagem retirada daqui.
Como se não bastassem os efluentes espanhóis lançados pelos esgotos das cidades, pelos resíduos de atividades agrícolas e nucleares, as águas do Tejo continuam a ser poluídas em território português. A Centroliva e a Celtejo são duas das poluidoras conhecidas.
Há pouco tempo, a Celtejo pediu ao Estado para poder poluir mais, isto é, pediu autorização para não respeitar o parâmetro CBO5, tal como acontece com a congénere Celti, na Figueira da Foz, que não tem qualquer limite fixado para este parâmetro.
Como a Celtejo dá trabalho a cerca de 200 pessoas, as suas atitudes e comportamentos ambientais têm sido tratados com alguma condescendência.
Segundo uma nota de Mário Costa no SOS-OBSERVATÓRIO AMBIENTAL DO RIO TEJO-PORTUGAL, que cita um ex-funcionário anónimo da empresa, quando a Celtejo era uma empresa pública, os responsáveis instalaram um tratamento biológico com 1/4 da capacidade do da Caima em Constância, que, na altura, tinha a mesma capacidade produtiva da Celtejo. Esse equipamentofora dimensionado tendo em conta a carga poluente do Tejo no Inverno quando o caudal é maior. Como resultado, durante o Verão, quando os caudais do rio já chegam de Espanha muito reduzidos, a carga poluente do Tejo é muito mais concentrada, pelo que o tratamento biológico nunca teve a capacidade ideal.
Posteriormente, a Celtejo foi adquirida pelo Grupo Altri, que, em nome do lucro máximo, fez aumentar a produção enquanto reduzia salários e dispensava muitos trabalhadores, entre eles muitos quadros altamente qualificados. A lixívia branca (hidróxido de sódio é utilizada no cozimento da madeira para separar a fibra de celulose. Depois do cozimento, a lixívia, agora chamada lixívia negra pela carga de matéria orgânica proveniente da madeira, é reciclada através da queima numa caldeira de recuperação e posteriormente transformada de novo em lixívia branca numa instalação de caustificação.
Acontece que essa caldeira é a mesma de 1971, data do arranque da fábrica, e apesar de todas a melhorias introduzidas em 1980, 1986 e 2004 é claramente insuficiente para os novos níveis de produção, mesmo estando a funcionar claramente acima da sua capacidade máxima com todos os riscos daí inerentes. Assim, ampliar a ETAR não resolve qualquer problema se não for adquirida uma nova caldeira de recuperação.
Refira-se que a lixívia não queimada vai para esgoto e mata todo o tratamento biológico, acabando no Tejo. A responsabilidade de a Celtejo ainda não ter adquirido uma nova caldeira cabe à administração da Altri (leia-se, entre outros menos conhecidos, o Sr. Paulo Fernandes, também dono do grupo Cofina, isto é Correio da Manhã e CMTV) que prefere sacar o máximo lucro da Celtejo a qualquer custo e investir o máximo na Celbi, apesar de saber que a Celtejo é rentável.
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