quarta-feira, 1 de abril de 2015

Reflexão – A Sociedade Amigos da Ciência é mesmo amiga da Ciência?

A Friends of Science Society acaba de publicar um relatório intitulado Climate Change Policy – Ideology or Evidence? (Políticas de alterações climáticas – ideologia ou evidências?)
Sendo patrocinada por empresas de gás e petróleo, não me surpreendeu vê-la negar os impactos da ação humana sobre o clima e defender as alterações climáticas como factos naturais recorrentes ao longo da história da Terra. Também não me admirou vê-los defender os combustíveis fósseis como garantia da sobrevivência dos fundos de pensões e atacar os investimentos feitos nas renováveis por sorverem imensos subsídios estatais e fomentarem falências de indústrias tradicionais e provocarem o desemprego. Também não me impressionou vê-los dizer, citando relatórios da Interpol, que o esquema da bolsa de carbono é uma teia de vigarice e de manipulação de créditos e de dinheiros que ninguém parece controlar excepto meia dúzia de espertos algures na Suíça e que, sem terem sido eleitos, se arrogam o direito de tentar influenciar as opções tecnológicas, empresariais e económicas do Canadá! 
O que me impressionou foi vê-los citar ultra-conservadores e eurocéticos britânicos como o eurodeputado Roger Helmer que, como Farage, bota abaixo a União Europeia e insulta tudo e todos mas recebe todos os meses o dinheirinho limpinho. Impressionou-me também eles dizerem-se orgulhosos pelo Canadá ter saltado da carroça do Tratado de Kioto e, assim, o país poder fazer o que quer, evitando pagar multas que poderiam atingir os 18 biliões de dólares por incumprimentos de regras que estão, bem ou mal, a ser cumpridas pela esmagadora maioria dos países a nível mundial. Impressionou-me, sobretudo, que um grupo de pessoas ditas cientistas, tivessem feito este enorme frete aos combustíveis fósseis. Será que estão mesmo tão carentes de fundos?

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