segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Reflexão: Martin Luther King e a luta pela justiça social e ambiental.

Ambiente, Ondas3, MLK
Martin Luther King e a luta pela justiça social e ambiental - resumo de texto publicado por Nuisance Industry.

Martin Luther King pode nunca ter ouvido ou usado o conceito de justiça ambiental, mas hoje, ao celebrarmos mais um aniversário dele, agradecemos o seu exemplo, as suas contribuições e a sua esperança. 
Um dos muitos efeitos corrosivos da segregação racial nos Estados Unidos é a exposição desigual aos resíduos e substâncias perigosas por parte dos negros residentes tanto em zonas urbanas como rurais. A consciência do racismo ambiental cresceu na década de 1980, após uma série de incidentes, incluindo a implantação de aterros de resíduos perigosos em Houston e os protestos levados a cabo em 1982 contra o despejo de bifenilpoliclorados (PCB) em Warren County, na Carolina do Norte, durante os quais uma pessoa foi presa. 
Depois da evacuação dos bairros à volta do aterro de resíduos químicos de Love Canal, em New York, cresceram as preocupações de que mais comunidades estivessem afetadas por doenças, nomeadamente o cancro. Os problemas de saúde entre as comunidades negras que viviam perto de aterros de resíduos perigosos começaram a aumentar de tal maneira que a  United Church of Christ's Commission for Racial Justice encomendou um estudo sobre a situação. O relatório, publicado em 1987, concluía que as comunidades com maior população étnica e racial também convivia com um maior número de aterros de resíduos perigosos.
Toda esta consciencialização ambiental, toda esta luta pela justiça ambiental começou nos últimos dias de Luther King, na altura (fevereiro de 1968) em que os lixeiros negros de Memphis se uniam na luta por melhores condições de trabalho. Tudo porque dois lixeiros tinham morrido trucidados pelo mecanismo de compactação dos resíduos quando tentavam abrigar-se da chuva torrencial. As autoridades locais tentaram contratar fura-greves brancos, mas não o conseguiram. O trabalho era desprezado pelos brancos por ser considerado socialmente degradante, mal pago, sujo, duro, penoso e extremamente perigoso. 
A greve dos lixeiros negros de Memphis tornou-se, assim, simlólica a nível nacional. E, apesar da morte de Luther King às balas de um assassino, a sua morte não foi em vão. Memphis fez um acordo com os lixeiros grevistas concedendo-lhes o direito a sindicalizarem-se e melhorando as suas condições de trabalho. 
O exemplo de não violência assumido por Luther King foi seguido numa série de outros protestos envolvendo problemas ambientais. O mais recente foi frente à Casa Branca, em 15 de janeiro de 2014, contra a expansão do famigerado Keystone XL, um oleoduto para transportar crude de areias betuminosas de Alberta, no Canadá, para vários ptonos dos EUA.

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