terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Espinho, cidade encantada e de luz

Ambiente, Ondas3, Espinho, Energia
2h da tarde de segunda-feira, 20 de janeiro de 2014: Luz acesa em Silvalde – foto de Hugo Magano.

Esta é uma cena que já vi repetida muitas e muitas vezes um pouco por todo o concelho de Espinho. É lamentável, para não usar outro adjetivo mais agressivo, especialmente tendo em conta que a câmara tinha uma enorme dívida para com a EDP e continua a nevegar no encapelado mar de dívidas a fornecedores e a empresas de que todas as semanas ouvimos falar. Seria, pois, de bom senso, que a autarquia tudo tentasse para reduzir essa dívida, nomeadamente reduzindo a sua fatura de iluminação pública. Porém, parece que nada tem sido feito para tal. Pior: há quase 8 anos que a situação não se altera. E, para avivar memórias, reproduzo o texto que escrevi na anterior casa deste blogue, no dia 18 de maio de 2006, intitulado «Autarcas contra poupança de energia»

“A esmagadora maioria dos vogais com assento na Assembleia Municipal de Espinho está contra a redução da factura da iluminação pública do seu município e, consequentemente, contra a poupança de energia e contra os objectivos estabelecidos pelo Protocolo de Quioto.
Tudo começou quando o BE apresentou na 2ª feira, 15 de Maio, uma proposta no sentido de a Câmara reduzir a factura da iluminação pública devendo, para tal, pedir à EDP para, de manhã, fazer desligar a dita iluminação mais cedo, e, à noitinha, ligá-la um pouco mais tarde. Rolando de Sousa, o vice-presidente com competências delegadas, pediu para informar que a Câmara tinha, desde Outubro de 2005, um grupo de estudo a avaliar os consumos de energia a nível interno, de modo a preparar um plano para melhorar o desempenho da autarquia no plano energético. Ninguém na Assembleia sabia disto. Concluindo a sua intervenção, Rolando de Sousa disse: ‘A renda que a EDP paga à Câmara chega para a câmara lhe pagar o consumo da iluminação pública. A Assembleia pode muito bem apresentar e votar unanimemente esta e outras recomendações do género que a Câmara não as vais seguir porque já está a fazer o que se recomenda.’ O PS corroborou a ideia, apelidando a proposta de redundante. A CDU alegou o bom funcionamento dos sensores que regulam o ligar e o desligar da iluminação pública e questões de segurança pública para solicitar a retirada da ideia de pedir à EDP que, de manhã, desligasse as luzes mais cedo e, à noitinha, as ligasse um pouco mais tarde. O mesmo pediu o PSD. Isolado naquela oca imensidão, o BE retirou este ponto que tanto uredo estava a provocar. Manteve o outro ponto da proposta: ‘recomenda à Câmara que encete medidas no sentido da poupança de energia nos seus serviços’.
Agora sim, estava encontrada uma solução redundante, inócua, esvaziada de qualquer sentido prático. Mesmo redundante, inócua e oca, a proposta mereceu uma abstenção e os votos contrários de 2 vogais que, não saciados, fizeram questão de empanturrar a acta com declarações de voto, igualmente redundantes, inócuas e ocas. Assim pensa e age a esmagadora maioria dos legítimos eleitos por Espinho.”

1 comentário:

OLima disse...

A propósito, "Vamos poupar energia?" no Maré Viva de 5 de outubro de 2011.
https://drive.google.com/file/d/0B3i4ipVrFOHnbDZOeHNtaGVTX0s3VzQ5X2hqX25rQQ/edit?usp=sharing