2h da tarde de segunda-feira, 20 de janeiro de 2014: Luz acesa em Silvalde – foto de Hugo Magano.
Esta é uma cena que já vi repetida muitas e muitas vezes um pouco por todo o concelho de Espinho. É lamentável, para não usar outro adjetivo mais agressivo, especialmente tendo em conta que a câmara tinha uma enorme dívida para com a EDP e continua a nevegar no encapelado mar de dívidas a fornecedores e a empresas de que todas as semanas ouvimos falar. Seria, pois, de bom senso, que a autarquia tudo tentasse para reduzir essa dívida, nomeadamente reduzindo a sua fatura de iluminação pública. Porém, parece que nada tem sido feito para tal. Pior: há quase 8 anos que a situação não se altera. E, para avivar memórias, reproduzo o texto que escrevi na anterior casa deste blogue, no dia 18 de maio de 2006, intitulado «Autarcas contra poupança de energia»:
“A esmagadora maioria dos vogais com assento na Assembleia Municipal de Espinho está contra a redução da factura da iluminação pública do seu município e, consequentemente, contra a poupança de energia e contra os objectivos estabelecidos pelo Protocolo de Quioto.
Tudo começou quando o BE apresentou na 2ª feira, 15 de Maio, uma proposta no sentido de a Câmara reduzir a factura da iluminação pública devendo, para tal, pedir à EDP para, de manhã, fazer desligar a dita iluminação mais cedo, e, à noitinha, ligá-la um pouco mais tarde. Rolando de Sousa, o vice-presidente com competências delegadas, pediu para informar que a Câmara tinha, desde Outubro de 2005, um grupo de estudo a avaliar os consumos de energia a nível interno, de modo a preparar um plano para melhorar o desempenho da autarquia no plano energético. Ninguém na Assembleia sabia disto. Concluindo a sua intervenção, Rolando de Sousa disse: ‘A renda que a EDP paga à Câmara chega para a câmara lhe pagar o consumo da iluminação pública. A Assembleia pode muito bem apresentar e votar unanimemente esta e outras recomendações do género que a Câmara não as vais seguir porque já está a fazer o que se recomenda.’ O PS corroborou a ideia, apelidando a proposta de redundante. A CDU alegou o bom funcionamento dos sensores que regulam o ligar e o desligar da iluminação pública e questões de segurança pública para solicitar a retirada da ideia de pedir à EDP que, de manhã, desligasse as luzes mais cedo e, à noitinha, as ligasse um pouco mais tarde. O mesmo pediu o PSD. Isolado naquela oca imensidão, o BE retirou este ponto que tanto uredo estava a provocar. Manteve o outro ponto da proposta: ‘recomenda à Câmara que encete medidas no sentido da poupança de energia nos seus serviços’.
Agora sim, estava encontrada uma solução redundante, inócua, esvaziada de qualquer sentido prático. Mesmo redundante, inócua e oca, a proposta mereceu uma abstenção e os votos contrários de 2 vogais que, não saciados, fizeram questão de empanturrar a acta com declarações de voto, igualmente redundantes, inócuas e ocas. Assim pensa e age a esmagadora maioria dos legítimos eleitos por Espinho.”
1 comentário:
A propósito, "Vamos poupar energia?" no Maré Viva de 5 de outubro de 2011.
https://drive.google.com/file/d/0B3i4ipVrFOHnbDZOeHNtaGVTX0s3VzQ5X2hqX25rQQ/edit?usp=sharing
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