Disciplinar linhas e cursos de água, canalizar o ribeiro! Que arrogância, que ignorância perante a grandeza de uma Natureza que, certamente, há de mostrar a estes alegados inteligentes quem é mais forte, o homem ou a natureza.
Aliás esta atitude não é única, muito menos isolada. Na Nigéria, invade-se o mar para construir uma cidade para 400 mil pessoas. E diz-se que se está a combater a erosão costeira e dá-se-lhe um nome tão sugestivo como Eko Atlantic City. Eko soa a ecológico, e Atlantic City cheira a casino. Tudo com o apadrinhamento de, entre outros, Bill Clinton. Tudo através de um esquema de parcerias público-privadas, com o superior apoio do inevitável Banco Mundial. Os tambores do sucesso deste projeto parecem abafar as críticas e os desaires que têm afetado as populações vizinhas. Tudo tem sido feito para, por exemplo, fazer esquecer a erosão, a subida do nível da água, as inundações e os mortos causados por este projeto.
Voltando à Madeira, oxalá esta fúria de disciplinar a Natureza não seja fonte de mais desastres.
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