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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

BICO CALADO

  • Na Finlândia, Von der Leyen foi interrompida por um cidadão, ao que a presidente da comissão afirmou que «na Rússia, você seria preso», enquanto o manifestante era de imediato detido. Fonte.
  • De mealheiros de crianças a ouro de herança: aumentam os relatos de saques por soldados israelitas na Cisjordânia. Fonte.
  • Ataque israelita contra tenda em Gaza mata cinco jornalistas da Al Jazeera. Fonte.
  • “A última equipa da Al Jazeera presente em Gaza foi morta pelo mesmo exército que detém o palmarés de assassínio de jornalistas (237). Se se tiver presente que no Vietname morreram 63, no decurso da guerra da Coreia 17 e na Ucrânia 18, é evidente que há quem queira impedir que o mundo saiba mais circunstanciadamente sobre os tremendos crimes que ali são cometidos. Depois da única democracia do Médio Oriente, do exército mais moral do mundo e do desembaraço em matar crianças de colo, tomando-as por terroristas de amanhã, a matança de jornalistas soma mais um escalpe à colecção macabra daquela tribo de antropófagos do deserto. Caíram todas as máscaras, pelo que não há folga para evasivas na condenação daqueles monstros.” Miguel Castelo Branco.
  • Microsoft ajuda Israel a espiar milhões de palestinianos desde 2021. Fonte.
  • Médicos marroquinos fizeram greve de fome para protestar contra a fome de Israel em Gaza. Fonte.
  • Centenas de igrejas em toda a Noruega tocaram os seus sinos em solidariedade com os civis de Gaza, em resposta a um apelo da Conferência Episcopal da Igreja da Noruega. Fonte.
  • “(…) Primeiro, confiante na inércia de toda a União, Rangel afirmava que o reconhecimento, a existir, deveria ser uma decisão conjunta dos 27. Os reconhecimentos unilaterais feitos por Espanha e Irlanda não o abalaram, mas ficou claramente sem chão quando Macron anunciou que a França ia reconhecer o Estado palestiniano e a Inglaterra fez o mesmo. Aí, Rangel fez uma inolvidável intervenção na ONU, em que garantiu à assembleia mundial que Portugal tinha detectado uma alteração histórica na posição palestiniana, a qual abria caminho a um possível reconhecimento. Em suma, enquanto o PM inglês colocava exigências a Israel sob a ameaça de reconhecer a Palestina independente, o nosso ministro partia do princípio oposto para sustentar, sem se desmanchar, que a Autoridade Palestiniana aceitara as exigências de Luís Montenegro para poder ser reconhecida por Portugal como Estado. Note-se: a Autoridade Palestiniana na Cisjordânia e não o Hamas em Gaza. Entre essas exigências de Montenegro, Rangel destacou a reforma das instituições palestinianas e a realização de eleições: patéticas demandas para quem acabava de regressar de uma cimeira da inútil CPLP realizada na Guiné-Bissau — um país cujo Presidente amordaçou a democracia no seu país e governa sem ir a eleições — e antes de a chefia da mesma CPLP ser transmitida à Guiné Equatorial — onde jamais houve eleições e persiste há décadas uma ditadura familiar, brutal e corrupta como nenhuma outra. Sim, Portugal é hoje um exemplo eloquente da podridão moral em que vegeta a União Europeia, governada por políticos sem respeito pelo passado e pelos valores europeus. Esta União Europeia envergonha hoje qualquer europeu que antes se orgulhava de pertencer a um espaço político onde a ética e a coerência de princípios contavam. Na cimeira da NATO, a União, com a honrosa excepção da Espanha, ajoelhou-se aos pés de Trump, aceitando gastar 5% do PIB em armas — e americanas, de preferência. Fica como símbolo dessa capitulação o português Luís Montenegro tentando dar “uma palavrinha” particular a Trump, dizendo-lhe que éramos velhos amigos dos Estados Unidos e sugerindo alguma misericórdia para connosco na rajada das tarifas, e o português António Costa, presidente do Conselho Europeu, acalmando as indignações surdas com a previsão de que o que a União cedera nas armas pouparia nas tarifas. Viu-se. Na Escócia, Ursula von der Leyen começou por ser ainda mais humilhada por Trump do que o fora por Erdogan. Na Turquia, não tinha cadeira para se sentar, no clube de golfe privado de Donald Trump, na Escócia, para onde foi convocada, teve uma cadeira para se sentar enquanto esperava longamente que o Presidente americano acabasse um jogo de golfe com o filho e tivesse disponibilidade para a receber. Assim tratada como serventuária — ela e a Europa que representa —, não admira que depois tivesse sido sujeita a uma capitulação total e humilhante pelo abusador profissional americano. Von der Leyen aceitou um aumento das tarifas sobre as exportações europeias para os Estados Unidos de 15%, quase mil vezes o que vigorava e em troca de tarifas de 0% para as exportações americanas dirigidas à Europa. Desistiu de taxar as tecnológicas americanas ou de minimamente controlar os seus abusos. Aceitou comprar 750 mil milhões de dólares de energia aos Estados Unidos, assim interrompendo a estratégia de descarbonização em que a UE estava a ser pioneira e substituindo-a por uma total dependência energética de um só país — muito para lá daquilo que se criticava aos países europeus que compravam energia à Rússia. Agora, os EUA passam a determinar a política energética da Europa, aumentam livremente os preços, e Trump e os seus amigos do petróleo, negacionistas das alterações climáticas, encontram um mercado garantido à medida das suas ambições. Mas a senhora foi ainda mais longe, comprometendo-se a investir 600 mil milhões de dólares nos Estados Unidos e a gastar em armas americanas o grosso do investimento a ser levado a cabo para atingir os tais 5% do PIB em armamento. Se tudo isto fosse exequível e executado, acabava a Europa que conhecemos: livre, próspera, orgulhosa do seu sistema social. Mas, mesmo sem o podermos ainda dizer, Von der Leyen, que já enxovalhara a União e os valores europeus com o seu silêncio cúmplice perante o genocídio em Gaza, rematou agora a sua prestação prostrando-se aos pé de um fora-da-lei internacional e dando-lhe tudo o que ele queria, na esperança de o conseguir apaziguar. (…)” Miguel Sousa Tavares, Vergonha – Expresso 7ago2025.
  • O Reino Unido está a colocar avozinhas em prisão domiciliária por protestarem pacificamente contra o genocídio. Ricky Hale, Substack.
  • O jornalista José Gabriel Quaresma, também pivot da CNN Portugal, apresentou um pedido ao Ministério Público para “encerramento do jornal PÁGINA UM, em virtude”, diz, “das graves irregularidades e da disseminação de notícias falsas”. Fonte.

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