O presidente da Câmara de Ponte da Barca, Augusto Marinho (PSD), está muito preocupado com o eventual impacto no concelho da contaminação do rio Lima na Galiza, causada por atividade pecuária intensiva. A contaminação do rio Lima na Galiza, por cianobactérias, levou ao encerramento da praia fluvial de Porto Quintela, no concelho de Bande.
Entretanto, o Bloco de Esquerda (BE) questionou o Ministério do Ambiente e Energia sobre a existência de situações confirmadas de contaminação das águas e margens do rio Lima, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, causada por poluição com origem na Galiza.
Numa pergunta dirigida ao Ministério do Ambiente e Energia Mariana Mortágua pretende saber se “no caso de existirem quais as medidas de mitigação e eliminação das mesmas e, se foram aplicadas (e quais) as medidas previstas no Plano de Gestão de Região Hidrográfica do Minho e Lima, em coordenação com o Estado espanhol, como previsto na Convenção de Albufeira”.
Segundo o BE, no passado dia 13, “o tribunal da província de Ourense, na Galiza, iniciou o julgamento do processo sobre direitos humanos e ambientais dos habitantes, devido à contaminação do Rio Lima causada pela pecuária intensiva”. “Nos últimos anos, diversos media espanhóis têm divulgado preocupantes informações sobre a poluição da albufeira galega de As Conchas, localizada a menos de 20 quilómetros da fronteira portuguesa do Lindoso [Ponte da Barca], que atravessa o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Esta albufeira, formada por águas do rio Lima e dos seus afluentes, apresenta elevados níveis de nitratos, o que tem provocado fenómenos de eutrofização e frequentes proliferações de cianobactérias e toxinas nas suas águas”, sustenta o partido.
“Desde março, a Xunta da Galiza, vários municípios e a Confederação Miño-Sil têm sido alvo de processos judiciais apresentados por organizações como a Client Earth e a Amigas da Tierra, com o apoio de membros da comunidade de As Conchas”. “Especialistas detetaram concentrações preocupantes de 97 milhões de bactérias nocivas por litro, resultantes de descargas de resíduos provenientes de suiniculturas e aviculturas, que se deslocam desde As Conchas até às proximidades do Lindoso.
Do lado português, os sinais de poluição já são visíveis, com o troço do rio junto ao Lindoso e a Ponte da Barca a apresentar uma coloração esverdeada, baça e com aspeto cremoso — um indício claro da presença de ‘blooms’ de cianobactérias”, acrescenta.
Para o BE trata-se de “uma situação de aparente exportação de contaminantes para a mais importante área protegida do nosso território [PNPG], bem como para zonas a jusante desta”, alertando que “a exportação de contaminantes através do rio Lima pode originar graves problemas ambientais e de saúde pública no nosso território”. Fonte.

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