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sábado, 29 de março de 2025

BICO CALADO

Foto: Ferenc Lorincz
  • Luís Montenegro: Banco Português de Fomento recusa mostrar provas de execução de contrato de 100 mil euros. Fonte.
  • Na sua maior empreitada de sempre, - requalificação do canal ferroviário de Espinho, - a Câmara de Espinho eliminou todos os concorrentes menos um no concurso público. O empreiteiro ABB apresentou uma proposta abaixo do valor-base e foi reclamando dinheiro a mais depois. O valor da adjudicação acabou por ser de 12,4 milhões. Mas o empreiteiro pode vir a ganhar bem mais porque colocou duas ações administrativas contra a Câmara, o que pode fazer a obra acabar por custar mais nove milhões, uma derrapagem de 73,2%. As derrapagens foram sendo apoiadas por pareceres do escritório do primeiro-ministro, um deles com a sua assinatura. Esses pareceres tinham por objetivo resolver diferendos que surgiram entre a equipa de fiscalização da obra e a ABB e “alguns desses pareceres foram favoráveis aos interesses do empreiteiro” criticando a fiscalização. A SP&M, o antigo escritório de Luís Montenegro era pago desde 2014 pela Câmara de Espinho por “serviços jurídicos”. Fonte.
Multibanco/Dinheiro público. Há sempre dinheiro para a guerra. A paz não gera lucros. Zelensky e Keir Starmer.
  • “Se há ucranianos que pensam que a Rússia tomar conta de toda a Ucrânia é o pior pesadelo que alguma vez poderiam viver, deveriam esperar até perceberem o que os EUA já prepararam para as partes não ocupadas pelo exército da Federação Russa (…): a servidão total e a ausência de perspetivas de salvamento é o que espera aqueles que optam por permanecer na Ucrânia Ocidental. Nas palavras de um colaborador ainda leal do atual regime (Yaroslav Zheleznyak, Deputado do Povo da Ucrânia): "Recebi este documento dos nossos funcionários ontem. Não é o documento final. Espero que a parte ucraniana exija e consiga alterações significativas. Mas o texto que vi é um horror. Todas as 18 secções... não se trata de mais um memorando de entendimento (que antecedeu a escandalosa reunião na Sala Oval). É um acordo muito grande e muito claro. E não a nosso favor". Em suma, nenhum ucraniano voltará a ser dono nem sequer do solo que pisa. Não poderão fazer quase nada sem autorização americana (…). Todos os minerais, incluindo o petróleo, o gás e os depósitos inexplorados em toda a Ucrânia serão detidos por um Fundo ainda por criar, que será gerido por cinco pessoas (3 americanos e 2 ucranianos). O dinheiro do Fundo será imediatamente convertido em moeda estrangeira e levantado no estrangeiro. O acordo será válido por tempo indeterminado e quaisquer alterações só serão possíveis com a autorização dos EUA, que terão direitos de prioridade em todos os novos projetos de infra-estruturas, bem como o direito de vetar a venda de recursos a outros países. (…)” António Gil, Quem quererá ser ucraniano?Substack.
  • “(…) Esta é uma nova guerra que Trump começou. O Iémen esteve em guerra entre 2015 e 2022 contra uma coligação liderada pela Arábia Saudita e apoiada pelos EUA, mas esse conflito terminou há três anos. Em 2024, Biden lançou ataques aéreos contra as forças Houthi em resposta ao bloqueio marítimo no Mar Vermelho, que tinha como objetivo forçar Israel a parar o seu genocídio em Gaza, mas o Ansar Allah suspendeu esse bloqueio quando foi alcançado um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, e o Mar Vermelho estava em paz. Tudo isso acabou quando Trump começou a sabotar o cessar-fogo e não conseguiu usar a imensa influência da Casa Branca para forçar Israel a cumprir o seu acordo com o Hamas. Israel anunciou um cerco genocida de fome a Gaza em plena coordenação com a administração Trump, e o Ansar Allah respondeu dizendo que iria retomar o bloqueio do Mar Vermelho para pressionar Israel a parar com as suas atrocidades genocidas. Trump começou então a bombardear o Iémen antes mesmo de os Houthis terem lançado qualquer tipo de ataque, tudo para garantir que Israel pudesse cometer genocídio sem consequências. A administração Trump terá mesmo pedido a Israel que não respondesse aos ataques do Iémen contra si, dizendo que os EUA tratariam de tudo. (…)” Caitlin Johnstone, Os apoiantes de Trump já não podem dizer que Trump nunca iniciou uma guerraSubstack.
  • “(…) Sei que me tentam enganar quando começam a contar a história pelo fim. O fim é o cenário que queres defender, dê por onde der. A história vai variando de forma a que justifique sempre o fim que me queres oferecer. Quando isto acontece, sei que me estão a mentir. O fim desta história é muito simples: Israel pode matar quantos palestinianos quiser porque não gostamos de árabes. Agora, como isto não se pode dizer...há que ir adaptando a narrativa. (…) 1 - o Hamas faz o ataque a 7 de Outubro e o mundo aceita o início da chacina em Gaza. (…) 2 - O número de mortos em Gaza começou a aumentar exponencialmente com todos os bombardeamentos e, por esta altura, as IDF garantiam que apenas faziam ataques cirúrgicos a esconderijos do Hamas. E afirmava-se que os mortos eram, essencialmente, combatentes. 3 - Como matavam tudo o que mexia e os números não batiam certo, a narrativa voltou a levar um pouco de óleo. De facto estavam a matar civis, mulheres e crianças, mas era porque os cobardes do Hamas se escondiam atrás deles. Ao mesmo tempo não deixavam os civis saírem de Gaza para não perderem os guerrilheiros. 4 - Quando as mortes chegaram às 34 000, decidiram parar o contador. É que o Hamas só tinha 40000 efectivos e já não havia forma de esconder 15000 mulheres e crianças assassinadas. Foi então que o discurso levou nova afinação. Não havia civis inocentes em Gaza. Todos tinham ódio a Israel. Todos eram Hamas. (…) 5 - Durante as várias fases do genocídio, especialmente mais para o fim, usaram-se os clássicos argumentos de "nem os vizinhos os querem" e "não podemos decidir quem é o agressor com base no número de mortos". (…) 6 - Quando Trump falou na Riviera e a expulsão dos palestinianos de Gaza, uma vez mais, o mundo civilizado ficou parado. Assistiu de camarote. O cessar-fogo começou, o cessar-fogo foi interrompido e, de rajada, despacharam mais 1000. (…) 7 - Apareceu uma manifestação em Gaza a pedir que o Hamas se fosse embora. Não duvido que muitos palestinianos não gostem deles. Acho lógico até. Não eram muitos mas foram bem aproveitados. A narrativa voltou a mudar, poucos dias após os novos bombardeamentos. Os palestinianos eram novamente reféns do Hamas. Esta cronologia foi toda dita e escrita nos meios de comunicação portugueses. Toda. As pessoas que o fizeram estavam e estão a mentir. O seu objetivo, único, é justificar o massacre de um povo que desprezam sem correrem o risco de serem chamados daquilo que verdadeiramente são: racistas primários.(…)” Tiago Franco, Palestina Cedilhada.
  • Israel atacou as equipas de ambulâncias e os bombeiros e enterrou os veículos e os corpos. Fonte.
  • A escassos dois meses de eleições legislativas, o governo de gestão de Montenegro contratou Rebeca Sá Couto para o Gabinete da Secretária de Estado da Administração e Inovação Educativa. Rebeca Sá Couto foi diretora de Parcerias Públicas da Teach For Portugal, uma organização não-governamental que pertence à rede Teach For All. O seu modelo de trabalho desenvolveu-se nos EUA, no final da década de 1980 com a Teach For America, um projeto para substituir professores por “mentores”, precarizando os profissionais da educação. Este modelo já foi denunciado pela Fenprof como uma forma de canalizar fundos da União Europeia para projetos que não pertencem às escolas e que são descartados logo que os programas financiados terminam. Fonte.

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