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terça-feira, 11 de março de 2025

BICO CALADO

Foto: Anadolu/Getty Images
  • A Câmara de Oliveira de Azeméis deliberou desafetar do domínio público municipal a parcela de 1.700 metros quadrados, contíguo à Avenida Ferreira de Castro. O Hospital Privado da Trofa solicitou a aquisição do terreno para juntar a duas outras parcelas confrontantes, de privados, para construir um hospital junto ao hipermercado Continente. A autarquia oliveirense acedeu ao pedido atendendo que o projeto apresentado “terá impacto positivo na diversificação da oferta de cuidados de saúde e na economia local, promovendo a criação de postos de trabalho, direta e indiretamente”. Fonte.
  • “Trump está a seguir o manual de Putin, Xi e Orban. Primeiro, assumir o controlo das operações militares e dos serviços secretos, expurgando os oficiais de carreira e substituindo-os por outros que lhe sejam pessoalmente leais. Em seguida, subjuga os tribunais, ignorando ou ameaçando ignorar as decisões judiciais de que discorda. Intimida os legisladores avisando-os de que, se não se curvarem às suas vontades, irá colocar lealistas contra eles. (Certifica-se de que eles também se preocupam com o que os seus apoiantes violentos podem fazer a eles e às suas famílias). Depois, concentra-se nas fontes de informação independentes: os media e as universidades. Processa os meios de comunicação social que publicam histórias críticas e bloqueia o seu acesso a conferências de imprensa e entrevistas. Em seguida, vai atrás das universidades. Na semana passada, Trump ameaçou punir qualquer universidade que permitisse protestos "ilegais". Na sexta-feira [7 março] , cancelou centenas de milhões em subsídios e contratos com a Universidade de Columbia.” Robert Reich, As universidades são as próximasSubstack.
  • O fundo soberano da Noruega detém ações em empresas britânicas de armamento que armam Israel, apesar das suas orientações éticas. Fonte.
  • Apesar das sanções, as remessas da Boeing e da Airbus foram transferidas para a Rússia através da Índia. Fonte.
  • Os investidores e executivos de criptomoedas que se aglomeraram na Casa Branca para uma cimeira com Donald Trump na sexta-feira representavam milhares de milhões em património líquido. Também representavam mais de 11 milhões de dólares em donativos para o comité inaugural de Trump, segundo uma análise do Intercept.
  • “A Europa começou a debater defesa comum. Seria de esperar um debate sobre política de alianças. Sobre o lugar da os países europeus na NATO. Sobre a relação com os EUA, nova aliada da Rússia contra o resto da Europa. Sobre as relações com a China. Sobre a guerra híbrida e os ataques às suas democracias. Discutir rearmamento sem saber com quem o fazemos e de quem nos defendermos é saltar para o fim da conversa. Mas o debate começou pela fatura: 800 mil milhões, através do endividamento dos estados ou do desvio de fundos de coesão, defendendo a Europa com menos Europa. (…) A Europa não é um bloco, é um mercado. A sua fragilidade não é apenas militar. É, antes de tudo, política.” Daniel Oliveira, Esqueçamos a política de defesa, tratemos de negócios.
  • De acordo com a Columbia Magazine, em 1933, enquanto os nazis na Alemanha queimavam livros de judeus, o presidente de Columbia - e futuro Prémio Nobel da Paz - Nicholas Murray Butler "deu as boas-vindas a Hans Luther, o embaixador alemão nos EUA, insistindo para que lhe fosse concedida 'a maior cortesia e respeito'". O jornal Daily Spectator, de Columbia, "denunciou o que considerou ser a vénia de Butler ao governo alemão e às suas universidades". Em 1934, Butler "despediu Jerome Klein (...) um jovem e promissor membro do corpo docente de belas artes, por ter assinado um apelo contra o convite de Luther; e, posteriormente, em 1936, expulsou o estudante Robert Burke por ter participado numa queima simulada de livros e num piquete anti-nazi no campus. Agora, em 2025, a Columbia está de volta, pela primeira vez desde 1936, a expulsar estudantes por protestarem de forma não violenta contra o seu apoio ao genocídio - e desta vez não se trata apenas de uma ameaça de genocídio, mas de um genocídio que está a acontecer ativamente e que está disponível em relatórios, fotografias e vídeos em tempo real, já identificado e condenado pelo Tribunal Internacional de Justiça, pelo Tribunal Penal Internacional e por numerosos grupos de defesa dos direitos humanos e governos. David Swanson, World Beyond War.
  • “Estamos agora em 2025, passaram dez anos, mas o comportamento é o mesmo: as avenças não merecem investigação. A crise das avenças é também a crise da dupla moral das instituições penais: de um lado investiga-se tudo, do outro encobre-se tudo. O critério para distinguir uma da outra é a política.” José Sócrates, A crise das avençasDN 10mar2025.

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