Will Counts/Associated Press
“O movimento dos direitos civis e as lutas culturais dos anos cinquenta e sessenta, interligados, foram marcados pela estratificação social. À medida que a posse de uma casa nos subúrbios passou a representar o sonho americano, a opção de habitação mais controversa foi, significativamente, o parque de caravanas. A segregação era, portanto, mais do que uma simples questão racial. As leis de zonamento tornaram inevitável que as habitações aderissem a uma geografia delineada por classes. A classe trabalhadora tinha as suas pistas de bowling e os seus restaurantes, e o “lixo branco” os seus bairros de lata, que contrastavam fortemente com os churrascos no quintal dos bairros brancos dos subúrbios favorecidos, destinados à classe média.
Esquecemo-nos de que os programas da Grande Sociedade do Presidente Johnson visavam tanto os guetos urbanos como as zonas brancas empobrecidas dos Apalaches. O Vietname tem sido referido como a guerra da sala de estar, mas, em 1957, nos seus televisores a preto e branco, os americanos já tinham assistido a uma guerra racial e de classes, quando brancos pobres e zangados gritavam palavrões contra estudantes negros bem-educados que tentavam entrar na Central High School de Little Rock.”
Nancy Isenberg, White Trash – The 400-year untold history of class in America. Atlantic Books 2017, pp 236-237.
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