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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

LEITURAS À MARGEM

White Trash - A história não contada de 400 anos de classes na América (28)

“Três soluções surgiram no esforço de ‘abater’ as linhagens americanas. Tal como na criação de animais, os defensores da causa insistiram na adoção de legislação que permitisse aos médicos e a outros profissionais segregar e colocar em quarentena os inaptos da população em geral, ou apelaram à castração dos criminosos e à esterilização das classes doentes e degeneradas. Se isso parece uma violação grosseira dos direitos humanos em qualquer época, um legislador do Michigan foi mais longe em 1903, quando propôs que o Estado deveria simplesmente matar os inaptos. Outro defensor da eugenia apresentou um plano particularmente ridículo para lidar com um assassino condenado: executar o seu avô.

Essas propostas não eram apenas ideias marginais. Em 1931, vinte e sete estados tinham leis de esterilização em vigor, juntamente com umas pesadas trinta e quatro categorias que delineavam os tipos de pessoas que podiam ser sujeitas ao procedimento cirúrgico. Os eugenistas usavam uma banda larga para criar uma subclasse de inaptos, apelando a que os desempregados fossem ‘eliminados’, como escreveu o professor de Harvard Frank William Taussig em Principles of Economics (1921). Se a sociedade se recusasse a submeter os inadaptados hereditários (‘criminosos irrecuperáveis e vagabundos’) ao ‘clorofórmio de uma vez por todas’, então, fumegava o professor, poderiam pelo menos ser impedidos de ‘propagar a sua espécie’.

Nancy Isenberg, White Trash – The 400-year untold history of class in America. Atlantic Books 2017, p 195. Trad. OLima, 2024.


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