segunda-feira, 23 de setembro de 2024

LEITURAS À MARGEM

White Trash - A história não contada de 400 anos de classes na América (23)

“A pseudociência, disfarçada de ciência hereditária, proporcionou aos americanos uma forma conveniente de naturalizar as diferenças de classe e raciais. O apelo desta linguagem, que atingiu o seu apogeu no início do século XX, começou por se impor durante a Reconstrução. Tanto os Republicanos, que queriam reconstruir o Sul à imagem do Norte, como os Democratas, que desejavam restaurar o domínio da elite branca, viam o grande objetivo da reunião nacional como parte de uma luta evolutiva mais vasta. E assim a ‘sobrevivência do mais apto’ de Darwin tornou-se a palavra de ordem dos políticos e dos jornalistas. Invocaram um vocabulário que destacava a reprodução não natural, a governação inadequada e a natureza degenerada das piores populações. No centro da argumentação estava a luta que opunha os brancos pobres aos escravos libertados.”

Nancy Isenberg, White Trash – The 400-year untold history of class in America. Atlantic Books 2017, p 176. Trad. OLima 2024.

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