Peter Lau/Royal Society for the Protection of Birds/PA
O relatório da Inspeção-Geral de Finanças conclui que o negócio de compra da TAP por David Neelman foi financiado com um empréstimo de 226 milhões de dólares feito pela Airbus, em troca da compra pela companhia aérea de 53 aviões à construtora aeronáutica europeia.E a garantia foi dada pela TAP, que ficou ela própria obrigada a pagar os 226 milhões de dólares americanos emprestados a Neelman, se não comprasse os aviões. Fica assim provado que a TAP foi comprada com o próprio dinheiro da TAP através de um esquema que permitiu contornar o Código das Sociedades Comerciais que impede a cedência de empréstimos ou fundos a um terceiro para que este adquira ações próprias. A estratégia era do conhecimento da Parpública e do Governo da altura de que Passos Coelho era primeiro-ministro e Maria Luís Albuquerque, a ministra das Finanças. A Inspeção-Geral de Finanças conclui que este ponto das conclusões deve ser comunicado ao Ministério Público para investigação. Também pede para ser comunicada à Justiça uma outra conclusão: a TAP, já privatizada, fez um contrato de prestação de serviços com uma empresa de David Neelman. Para pagar 4 milhões e 300 mil euros em prémios e remunerações ao próprio Neelman, a Humberto Pedrosa e a David Pedrosa, e que assim não ficaram registados como tal e não pagaram os impostos a que estavam obrigados. O relatório antecipa a perda total de 906 milhões de euros aplicados pela TAP SGPS na empresa de manutenção VEM.
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