Mediadrumimages/Martin Goff
- Agostinho Costa lembra que quando a guerra na Ucrânia começou se falou num conflito resolvido no terreno. O major-general indica que não é bem assim, deixando críticas à reunião da NATO. Video.
- “O que é que mudou exatamente em resultado desta eleição, para além de uma equipa diferente de focinhos na gamela? O primeiro ato de Starmer como Primeiro-Ministro do Reino Unido foi participar numa festa belicista da NATO e prometer recursos ilimitados para manter a guerra na Ucrânia. Além disso, está a prometer aumentar as despesas com a ‘Defesa’ do Reino Unido para 2,5% do PIB, ou seja, mais de 18 mil milhões de libras por ano extra - um enorme frete à indústria de armamento. (…) Não há nenhum país que tenha qualquer plano ou mesmo uma vaga intenção de invadir o Reino Unido. Na história moderna, apenas a Alemanha, a França e os Países Baixos tiveram tais planos (os Países Baixos conseguiram-no, mas ninguém se apercebeu, pois são os vencedores que escrevem a história). A Rússia e a China, em particular, não têm qualquer intenção de atacar o Reino Unido. (…) A nossa despesa com a ‘defesa’ não é para a defesa. É para a projeção de poder no estrangeiro. É gasto em porta-aviões e submarinos nucleares mundiais, não em defesas anti-míssil em torno das cidades britânicas. A nossa despesa com a ‘defesa’ está orientada para atacar outros países. E atacámos outros países: a Sérvia, o Afeganistão, o Iraque, a Líbia, a Síria, o Iémen, para citar apenas alguns. Estamos atualmente a atacar a Rússia por procuração. (…) Quando é que um míssil russo aterrou pela última vez em solo britânico? A resposta é nunca. No entanto, Starmer acaba de anunciar que estamos a enviar à Ucrânia mísseis capazes de atingir o coração da Rússia. (…) Todo este dinheiro dedicado à destruição de seres humanos é uma promessa firme dos Trabalhistas. No entanto, não há promessas de nada para o SNS para além de uma nova ‘reforma’, o que significa uma privatização fragmentada. Não há uma promessa firme de nada que não mate pessoas. (…)” Craig Murray, As eleições em que nada mudou.
- “(…) os vencedores da Guerra Fria não souberam administrar a sua vitória. Assim aconteceu em Versalhes, em 1918, em que a humilhação alemã conduziu à ascensão de Hitler e à II Guerra Mundial. Ou no Iraque, em que a vaidade imbecil do Presidente George W. Bush quis “completar” a vitória exemplar do seu pai na I Guerra do Golfo, com isso conduzindo toda a região ao caos permanente. Com o fim da ameaça que justificara a sua fundação, a NATO não só optou por não se extinguir como também se lançou, sem justificação plausível, no expansionismo em direcção à Rússia — que muitos, como Henry Kissinger, logo avisaram que não poderia deixar Moscovo indiferente. Pela mesma razão, porque Kennedy não podia aceitar mísseis russos em Cuba em 1963, também Putin avisou que não poderia aceitar a Ucrânia na NATO, e eventualmente com mísseis nucleares da NATO na sua fronteira sul — isso constava, aliás, implicitamente do Acordo Minsk II, que Moscovo e Kiev tinham assinado, sob os auspícios de Paris e Berlim. (…)” Miguel Sousa Tavares, Esta senhora é perigosa - Expresso, 12jul2024.
- Na área onde vão assentar os pilares da travessia em Gaia foram encontradas balas da época das invasões francesas. A curiosida de foi revelada aos jornalistas pelo presidente do conselho de administração da Metro do Por to, Tiago Braga. JN 14jul2024. Não foi o operador da retroescavadora que descobriu as balas?
- Israel mata mais de 90 em área “segura” de Khan Younis. Mísseis atingiram o campo de refugiados al-Mawasi, situado numa zona designada como humanitária. JN 14jul2024. Vídeo da explosão.
- “O presidente da CAP dizia há dias que a agricultura estava com uma aflitiva penúria de mão de obra Pudera . Depois da reconstituição do latifúndio voltou-se à velha política dos baixos salários, más condições de trabalho e a parasitagem dos subsídios. Resultado o operariado agrícola emigrou em massa. São precisos novos "escravos" - os imigrantes -, mas com regras, diz o Chega, toda a direita e o presidente da CAP. Que regras ? De preferência que eles venham enquadrados por empresários (asiáticos e outros) que os alugam ficando assim os latifundiários libertos de qualquer outra responsabilidade. Uma espécie de "outsourcing" agrícola em que o trabalho que devia ser feito por nacionais é agora feito por trabalhadores imigrantes, vulneráveis, não sindicalizados, sem poder reivindicativo, estando nas mãos de traficantes de mão de obra transformados em empresas de aluguer de mão de obra. Numa tirada humanista, dizia o presidente da CAP: ‘É preciso dar condições dignas a esses trabalhadores. É preciso que o Estado intervenha nos prédios devolutos para que esses trabalhadores tenham onde habitar.’ Fantástico. Os latifundiários ficam com mão de obra barata sem problemas e responsabilidade, a receber os chorudos subsídios e o Estado ainda lhes deve resolver o problema da habitação desses trabalhadores.” Manuel José.
- “(…) O que realmente me importa discutir aqui são os valores do Ocidente e como a UE, que nos representa, se mete nisto. Se morrem 2 pessoas num hospital de Kiev, o discurso inflama-se e até a Nato comeca a apertar com os chineses. Já se um hospital é arrasado em Gaza ou se uns putos, perto de Rafah, levam com um missil enquanto jogam à bola...são os danos colaterais. Lembrem-se que "nós" cantámos vitória quando Israel matou 300 pessoas para libertar 4. Eu não entendo, mas não entendo mesmo, como é que vidas podem ter valores tão diferentes e solidariedade com povos invadidos pode ser tão distante. (…) Em Kiev morrem pessoas, gente que existe e com quem todos nos preocupamos. Em Gaza desaparecem seres humanos sem nome que, quanto muito, vão ser relembrados em forma de número, no gráfico das mortes. Se isto não é a mais simples, básica e cristalina, definicão de racismo, então não sei o que será.” Tiago Franco, MORRER EM KIEV OU DESAPARECER EM GAZA.
- “Hoje de manhã, sabedor de que tenho um artigo para escrever, o maestro da minha orquestra, a dos políticos corruptos e dos poderosos que não querem escrutínio dos seus crimes, e de uma elite que acha que está acima lei e da gente comum, mandou-me escrever sobre a entrevista da procuradora-geral da República. Perguntei-lhe se valia a pena fazê-lo, visto que toda a gente tinha passado a semana a falar e a escrever sobre a dita entrevista. Disse-me que valia por duas razões: uma, é que as reacções à entrevista são interessantes de per si; outra, porque tinha fama de não ter punhos de renda, ou seja, ser mais bruto. O elogio do meu maestro animou-me. (…) Mas, sim meu maestro, as reacções à entrevista são reveladoras e centram-se em três grupos: o jornalismo receptáculo das fugas de informação e que é, ele próprio, corrompido porque sabe que elas dão fama e audiências e estes são dois ingredientes fundamentais no mercado de emprego; a corporação justicialista e os seus apêndices “cívicos” pouco interessados nos direitos fundamentais; e a direita que nunca há-de agradecer o bastante por a procuradora ter atirado abaixo António Costa, coisa que nunca conseguiu fazer. (…) A culpa última da actual situação não é da corporação justicialista e dos seus espúrios braços “cívicos”, mas dos políticos que fizeram a arquitectura e as escolhas do actual sistema de irresponsabilidade e poder sem controlo do MP. Deitam-se numa cama que foi feita por eles, com uma mistura de cedências populistas, medos e sentimentos de culpa. Será, meu maestro, que dei um bom contributo para a campanha orquestrada?” José Pacheco Pereira, O corpo imaculado: o que o maestro da minha orquestra me mandou fazer – Público 13jul29024.
Sem comentários:
Enviar um comentário