"Um ano depois, em julho de 1976, Carlucci continuava a garantir, citado em vários jornais, o seu desconhecimento quanto à existência de espiões da CIA em Portugal. «Foi o povo que evitou a guerra civil (…). Foi quando o povo do Norte começou a resistir à influência do Partido Comunista que teve início a reviravolta» (Expresso, 6 de agosto de 1994). «Cheguei à conclusão de que o comunismo não tinha condições para se implantar em Portugal. Confiei nas características do povo português – religioso e conservador» (Visão, 10 de abril de 1997). Finalmente, 30 anos após a revolução e uma pilha de desmentidos, levantava a ponta do véu no já citado livro de Bernardino Gomes e Tiago Moreira de Sá: «Tudo o que a CIA fez foi sob o meu comando», afirmou. «Qualquer ação que possa ter desenvolvido destinava-se a executar a política dos EUA, que era a de apoiar as forças democráticas em Portugal. (…)
Simbolicamente, a 24 de novembro de 2003, Frank Carlucci foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante por «serviços relevantes» prestados a Portugal, no País e no estrangeiro. O primeiro-ministro Santana Lopes entregou-lha nos EUA em 2004."
Miguel Carvalho, Quando Portugal ardeu (2017) – Oficina do Livro 2022, pp 166-168.
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