BICO CALADO
- O
projeto de Reabilitação da Escola Básica e Secundária Domingos
Capela foi aprovado com a abstenção do PSD, que declarou: Os
Vereadores do PSD consideram necessária e urgente a intervenção na
Escola Domingos Capela e apenas por esse facto não são impedimento
ao acesso a verbas do PRR, motivo pelo qual se abstêm. No entanto,
não deixam de registar que não podem votar favoravelmente a
aprovação dos projetos, por vários motivos: Porque não é
possível fazer uma apreciação séria e responsável aos projetos
no curto período de tempo em que os documentos foram fornecidos;
Porque consideram que existem várias falhas potenciadores de
problemas e conflitos com os empreiteiros que venham a concorrer à
obra; Por que entendem não terem sido fornecidos documentos
importantes, como sejam a revisão obrigatória dos projetos e o
parecer obrigatório da Direção Geral da Educação. Do pouco que
foi possível analisar, verificamos que: O projeto de Estabilidade se
refere a fundações indiretas, face ao estudo geotécnico existente,
quando por outro lado refere que as fundações a executar são
diretas e que não existe estudo geotécnico disponibilizado.
Acrescentando ainda que foi assumida uma tensão admissível do
terreno de 0.15Mpa, sujeita a confirmação em fase de execução;
Não foi verificada a capacidade da cobertura/estrutura existente
para o acréscimo de carga inerente à instalação de painéis
fotovoltaicos e tão pouco, previstos eventuais reforços dessa mesma
cobertura; Está prevista um sistema de drenagem de águas pluviais
em tubos de queda de ,90, que até pode respeitar o regulamento em
vigor, que data de 1995, no entanto, face às alterações climáticas
de picos extremos a que estamos sujeitos, são manifestamente
insuficientes e não evitarão possíveis entradas de água no
edifício. De notar que, neste caso, o empreiteiro fica salvaguardado
contra eventuais reclamações face a danos que venham a ocorrer por
infiltrações; A rede exterior de águas residuais está prevista em
PVC SN4, o que atualmente está totalmente desadequado em termos de
durabilidade e eficiência. Há muito tempo que o estado da arte leva
a executar estas instalações em tubo PP/PE corrugado classe SNB, de
acordo com a norma EN NP 13476. É referido que os trabalhos
comportam a “Remoção e substituição de coberturas com amianto’
mas tal não aparece plasmado no projeto de arquitetura, nem tão
pouco aparece previsto na estimativa orçamental; Inúmeros pontos
são deixados em aberto para definição, clarificação e
confirmação dos trabalhos a executar em obra, criando um elevado
grau de incerteza no custo e duração da empreitada; O valor
estimativo para a obra de 4,3 milhões de euros é manifestamente
exagerado para as intervenções previstas, parecendo que os valores
foram suficientemente Jatos para acomodar gestão de verbas em fase
de execução, fica a dúvida de qual o valor para a construção de
uma escola de raiz; Nos projetos são sistematicamente especificadas
marcas de produtos, questão que conflitua com o princípio da livre
concorrência, potenciando o conflito em fase de execução da
empreitada; Os projetos apresentados, foram adjudicados à Houselab
por 68400,00C, cujo contrato foi assinado em 9/2/2024, por um prazo
de execução de 900 dias. Verifica-se que de acordo com as cláusulas
3ª e 4ª desse contrato, a entidade adjudicatária tinha fases a
cumprir de 30 dias para o ante-projeto e mais 60 dias para a entrega
dos projetos de execução, o que veio a ocorrer a 24/4/2024,
exatamente a mesma data de envio dos documentos para reunião de
Câmara, não sendo apresentada nenhuma apreciação dos projetos por
parte dos técnicos da Divisão Municipal responsável, questão que
nos parece absolutamente essencial para a tomada de decisão. A
questão ainda merece maior relevância, quando o valor do
procedimento não implica o recurso a execução de concurso público,
a menos da eventual necessidade de ultrapassar eventuais conflitos de
interesses; De notar que está prevista em estimativa orçamental o
valor de 10350,00C para apresentação de telas finais no final da
empreitada, levando a crer que a elaboração dos projetos é mais
barata do que fazer telas finais, pois 3 meses de trabalho (prazo de
entrega dos ditos projetos) só valem 6840,00€”. Acta
da reunião da CM de Espinho de 29
de abril de
2024.
- “Cunha
Rodrigues foi procurador-geral da República tantos anos que lhes
perdemos a conta. Porte altivo, seráfico
e dominicano, intimidava qualquer um dentro e fora das fileiras
do rebanho. Também os jornalistas. À saída ou entrada do Palácio
de Palmela foi abordado por uma caterva de jornalistas. Queriam saber
o costume e que sabiam que não podiam saber. Sobre os intestinos de um
processo criminal em que era arguida uma ministra e arredores. Sem
hesitar, o procurador-geral logo asseverou: “Sempre tive um grave
problema com os jornalistas. O que querem saber, não lhes posso
dizer; o que lhes posso dizer, eles não querem saber.” Chama-se a
isto respeitar a lei, “pedagogiar” o Ministério Público,
respeitar os direitos. (…)
Lucília Gago senta-se na cadeira nobre do Palácio há quase seis
anos. Não lhe são conhecidas as ideias, os procedimentos, os
projectos para o Ministério Público, o trabalho. No Palácio, vivem
hoje o mutismo, a cegueira e a surdez sobre tudo o que os diversos
escalões do MP vão fazendo. O Ministério Público goza agora,
supõe, de uma autonomia que ronda bem de perto a arbitrariedade. Não
podemos confiar
no MP.
Tememos o MP. Entramos livres. Saímos algemados ao empurrão das
polícias. Defendemo-nos do voyeurismo usando o blusão, ocultando o
rosto. Tais espectáculos ofendem gravemente os direitos e garantias
do cidadão a eles sujeitos. Repetem-se, voltam a repetir-se dia a
dia, mês a mês, ano a ano. Ninguém põe cobro a este estado de
coisas e faz recordar ao Palácio de Palmela aqueles princípios
constitucionais básicos. A defesa da legalidade democrática, o
exercício rigoroso sem espectáculo da acção penal, a defesa do
Estado Democrático e dos mais desfavorecidos. Lucília Gago cala,
não tem voz, nada ouve. Que faz no Palácio de Palmela?” Alberto
Pinto Nogueira, Lucília Gago – Público 19jun2024.
- Nova
divulgação de escutas telefónicas – chafurdando na lama. Carmo
Afonso, Público 19jun2024.
- Um
jornalista da comunicação social online Blast foi detido pela
polícia judiciária e permanece em prisão preventiva nas
instalações da esquadra do11.º arrondissement de Paris. Como parte
de uma investigação sobre a venda de armas para Israel, o repórter
cobria uma manifestação na sede da empresa de armas Exxelia
Technologies (antiga Eurofarad), que é alvo de uma denúncia por
cumplicidade em crimes de guerra e homicídio. Fonte.
- “Os
europeus querem apoiar as guerras dos Estados Unidos e são contra os
imigrantes que elas causam! Esta é, em resumo, a contradição em
que vive a propaganda política dos dirigentes europeus, da dita
esquerda à dita extrema-direita — e ‘dita’ porque as diversas
“marcas” são feitas do mesmo produto: o mercado acima de tudo e
os Estados Unidos como seu Deus.” Carlos
Matos Gomes, O paradoxo da imigração e da guerra – Medium.
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